Deu na Folha de S. Paulo
O esforço compulsivo do governo federal para diferenciar as administrações petista e peessedebista na Presidência da República, com vistas à exploração eleitoral, alcança níveis inauditos.
Em vão, ao menos na perspectiva longa da história. O tempo revelará que houve mais continuidade e complemento, de Fernando Henrique Cardoso a Luiz Inácio Lula da Silva, do que ruptura.
Constitui mérito inquestionável do presidente petista, entre outros feitos, ter expandido a quantidade e a qualidade dos empregos, as transferências sociais de renda e o valor do salário mínimo.
A equipe econômica do governo do PSDB considerava impossível perseguir os três objetivos simultaneamente. Lula mostrou que o dogma tucano estava errado.
No entanto, o petista só se viu em condições de fomentar o consumo porque herdou uma economia mais estável, a conjuntura do mercado mundial lhe foi favorável e o sistema bancário estava consolidado e saudável.
Os 14 milhões de postos de trabalho cuja criação a candidata Dilma Rousseff lhe atribui não surgiram por passe de ideologia.
Tais empregos emergiram, ao menos em parte, com a lenta melhora da produtividade das empresas e alguma interiorização do desenvolvimento econômico. Tiveram papel, ainda, os pequenos incrementos na qualificação da força de trabalho trazidos pela universalização do ensino iniciada na gestão anterior.
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