sábado, 31 de julho de 2010

Para ninguém dizer que eu não ajudo o Serra

Fonte: Tijolaço

A campanha de Serra na internet lançou a versão on-line dos “esquadrões serristas” que estão percorrendo o país em busca de “boatos” sobre o que ele considera mentiras a seu respeito.

Para não dizerem que eu só falo mal do “coiso”, já ofereço logo a minha contribuição sobre notícias falsas que se andam espalhando sobre o candidato tucano.

1- Serra está nas frentes das pesquisas: Boato difundido por um certo instituto Datafolha, com sede na Av. Barão de Limeira, em São Paulo;

2- Serra é o pai dos genéricos: Notícia evidentemente falsa, uma vez que o próprio Serra acabou dizendo que “nem sabia que existia genérico” quando entrou no Ministério da Saúde. A fonte do boato é o programa de propaganda eleitoral do PSDB, como pode ser visto aqui ;

3- Serra defende a privatização: Boato espalhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao site da revista Veja.;

4- Aécio Neves está fazendo corpo mole na campanha de Serra e se vingando da rasteira que tomou quando o ex-governador paulista vetou a realização de prévias no PSDB: A fonte desta matéria notóriamente inverídica é o jornal “A folha de São Paulo”, na sua edição de ontem;

5- O vice I. da Costa foi enfiado goela abaixo de José Serra: Mentira: Como o próprio Serra disse, da Costa é “um rapaz de quem eu gostava especialmente”, embora só o tenha encontrado uma vez antes da designação, assim mesmo numa mesa de churrascaria durante o jogo do Brasil com a Coréia do Norte. Todos sabem que a grita do DEM, as reuniões que vararam madrugadas, e o anúncio público de que o vice seria Álvaro Dias foram só brincadeirinha;

6- Os pedágios paulistas são caríssimos: Todos sabem que isso não passa de “trololó” dos petistas e do jornalista Heródoto Barbeiro, que perdeu seu emprego na TV cultura por espalhar a informação inverídica. O governador Geraldo Alckmin também é um dos boateiros, pois admitiu que é preciso rever o valor dos pedágios estaduais;

7- A cratera do metrô não foi resultado de obras male executada durante a gestão tucana: Qualquer criança sabe que ela foi destruída por um disparo de raio laser vindo de uma galáxia distante;

8- O Jardim Romano não passou quase dois meses debaixo de água: O alagamento das ruas na verdade foi uma obra performática para que os pobres pudessem ver o reflexo de sua própria situação.

9- Serra não é de esquerda: Calúnia. É uma afirmação que se desmonta com a simples constatação de que seus aliados são Paulo Maluf, Orestes Quércia, Kátia Abreu, os Bornhausen, Jair Bolsonaro, a Globo e a Folha.

10- José Serra têm chances de ganhar a eleição: Boato que qualquer Brasileiro sabe, não tem a menor possibilidade de ser verdade.

Montenegro "bola nossa": a bola mais fora da campanha

Por Fernando Oliveira

Saravá, Nassif. Só por curiosidade (E não por crueldade, é claro!) gostaria de de pedir licença a suncê, nobre zifio, pra reproduzir aqui algumas pérolas premonitórias, do Babaloribope Pai Monte Negro de Ogum... Ê, ê...

Em 29 de abril do ano passado, Montenegro opinou no blog do Ricardo Kotscho: “Dilma deve, num primeiro momento, manter os mesmos índices anteriores. A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.”

Um dia antes, havia declarado ao Blog dos Blogs e à coluna Coisas da Política do Jornal do Brasil:

“Tudo indica que Dilma Rousseff chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos. O favorito continua sendo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E, se ninguém mais se projetar, é grande o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. O Ciro Gomes (PSB), por exemplo, sai com 14%, mas pode acabar com 6%, 5%, 4%.”

Em julho, quando pesquisa do DataFolha detectou uma queda de oito pontos percentuais na vantagem de Serra sobre Dilma, Montenegro insistiu – “Continuo com a mesma opinião. Defendo tudo aquilo que disse antes” – sob a seguinte argumentação:

“As pesquisas mostram que ela já é conhecida de cerca de 80% do eleitorado. Serra é conhecido de 90% e tem manifestações de votos próximas de 40%. Dilma, com 80% de conhecimento, só tem 16% das pessoas dispostas a elegê-la. Acho que a ministra, sim, está chegando ao teto. Vamos olhar a rejeição à Dilma: bateu em 32,4%. É muito alto. Maior do que a do Aécio e a do Serra.”

Na sexta-feira a reportagem do iG ouviu Montenegro sobre suas previsões do passado e a pesquisa atual.

“Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula…”

Diante da insistência da reportagem, Montenegro, então, pôs um ponto final no assunto:

“Estamos em março e é muito cedo para futurologias. Fatos importantes ainda estão para acontecer. O Serra ainda vai definir seu vice. Vêm as convenções partidárias de junho. Vamos ver depois como fica.”

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A “urna eletrônica” do relógio de ponto

Fonte: Tijolaço

O Estadão publica hoje um editorial onde, de forma nada velada, acusa o Ministério do Trabalho de estar implantando, nas empresas com mais de 10 empregados, um novo sistema de controle de ponto para beneficiar os fabricantes de mecanismos de controle de ponto. Ora, toda empresa média ou grande já tem controle de ponto. O que há de diferente no sistema que o Ministério quer implantar?

Simples, o trabalhador recebe um comprovante dos horários de entrada e saída e das horas extras eventualmente realizadas. Com ele, o empregador não é o único detentor das informações sobre a jornada de trabalho efetivamente realizada e, com isso, no caso de divergência, o trabalhador tem um instrumento de prova de que deu à empresa seu esforço laboral por determinado período, sem depender de testemunhas (quem já precisou sabe como é difícil conseguir uma, pelo medo da demissão) e outros meios difíceis de conseguir.

As estimativas do Ministério do Trabalho é que, por ano, deixem de ser pagas pelas empresas aos trabalhadores horas-extras no valor de R$ 20 bilhões. E, com isso, deixem de ser recolhidos R$ 4,6 bilhões à Previdência Social e mais R$ 1,5 bilhão ao FGTS.

Mas há, como mostra o editorial do Estadão, uma grita dos empresários contra isso.

Quais são os argumentos usados? O primeiro é o de que é muito caro colocar um relógio de ponto certificado pelas novas normas e capaz de imprimir um comprovante. O argumento não tem a menor consistência.

Primeiro, porque o equipamento não é obrigatório para empresas que usam o relógio mecânico, onde os horário ficam registrados no cartão e, assim, já são elementos de prova trabalhista.

Segundo, porque o novo equipamento custa a partir de R$ 2,5 mil, o que não é nenhum sacrifício impossível para uma empresa média ou grande, ainda mais porque tiveram mais de um ano para se adaptarem à medida. Para uma empresa de 10 empregados, a compra parcelada de um equipamento destes, em um ano, não dá um custo de R$ 30 por empregado/mês. E, claro, este custo vai se diluir em mais oito ou dez anos de vida útil de um equipamento assim.

Será que isso é muito para garantir o direito do trabalhador de receber o que lhe é devido?

É curioso como os argumentos lembram em tudo os usados contra a emissão simultânea de voto nas urnas eletrônicas. Vejam só:

“Ah, vai gastar papel…” É? Então vamos proibir anúncios nos jornais, nas revistas, distribuição de impressos promocionais, embalagens sofisticadas e até papel de presente, porque tudo isso gasta papel, não é? E, depois, na certificação do Ministério, um dos critérios é que as máquinas possam usar papel reciclado.

“Ah, vai criar fila na hora de bater o ponto!”. Claro, se trocarem dez terminais de passar cartão simplesmente por um que emita o recibo, vai dar fila. Mas não é por cinco segundos que leve a impressão do papel que uma empresa vai entrar em colapso na hora da entrada e da saída.

“Ah, mas os sistemas atuais são 100% seguros”. São. Ou não são? O que impede o mau empresário de baixar até da internet um dos inúmeros programas que alteram horário de entrada e saída de empregados ou apague dos registros parte ou mesmo todas as horas extras efetuadas. E o trabalhador vai dizer o que? Vai chegar para o patrão e dizer: olha, eu fiz 20 horas extras e só me pagaram 14. E o RH tira a planilha e mostra, olha aqui, pode contar, foram só 14. E o que o empregado faz? Com que ele prova o contrário?

Incrível é que existem alguns setores sindicais fazendo coro com o patronato. Claro, onde os sindicatos são fortes, em categorias mais especializadas e vigorosas, pode ser que o próprio sindicato possa fiscalizar isso. Tanto é assim que a regulamentação do Ministério permite que, por convenção ou acordo coletivo o controle de ponto possa ser feito de outra forma. Mas para o trabalhador mais disperso, menos especializado, mais dependente do emprego, com sindicato mais fraco ou até com aqueles “pelegos” que se acertam com as empresas, o que vai defendê-lo da avidez de maus patrões?

Engraçado que o empresariado brasileiro fala o tempo todo em modernidade. Mas reage ao uso de um equipamento eletrônico que permita a comprovação simples, simplérrima, de quantas horas seu empregado trabalhou para ele.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Ponto de desequilíbrio

Os adeptos de José Serra ganharam um presente no início de julho: o seu desempenho nas pesquisas. Especialmente depois das trapalhadas na escolha do vice, quando Serra teve que engolir a indicação do DEM. O que fez a diferença para a súbita melhora do seu desempenho? Olhando as duas pesquisas, duas coisas saltam aos olhos. A primeira é o desempenho de Serra no Sul do país: em um mês, pulou de 38% para 50% pelo Datafolha. A outra,é a sua exposição na televisão nos programas partidários do PSDB, PPS e PTB. Será o ponto de desequilíbrio? Um fato que modificaria a história da eleição, claramente favorável a Dilma?

Certa vez, perguntei a uma eleitora típica da classe D em quem ela votaria. Respondeu que não sabia. Nomeei os candidatos e a reação foi nenhuma. Depois perguntei se ela votaria em alguém escolhido pelo Lula. A resposta foi exemplar: sim, desde que não fosse o Arruda. Como se sabe, Arruda foi trucidado pela mídia. Dia sim e o outro também, a televisão mostrava o vídeo de Arruda recebendo grana de Durval. Nunca se especificou, com clareza, que ele era candidato e não governador naquele momento. Assim, a maioria da população brasileira acha que Arruda foi cassado e preso por conta daquela grana do Durval. O que não é verdade. Não importa, Arruda foi pego recebendo dinheiro vivo e isso significa, para a imensa maioria da população, que é ladrão.

O fato é que a escolha do eleitor da classe D, aquele que não lê jornal, mal discute política e cujo horizonte de sua vida é a capacidade de fazer um crediário, é influenciada pela televisão. Sobretudo pela forma como a televisão trata o fato. Arruda teve uma exposição avassaladora. Já outras questões igualmente relevantes não foram tão expostas. Como Serra foi exposto, e bem exposto no horário partidário da televisão, teve uma boa alavancagem.

No entanto, e sempre vai haver um “no entanto”, a questão para Serra é mais séria. Daqui a pouco, Dilma vai estar na televisão com quase 40% do tempo disponível. As coligações de Dilma são – na média – tão boas ou melhores do que as de Serra. Outro ponto é a economia bombando. Os fatores estruturais da campanha continuam a favor de Dilma e, de certa forma, independem dela.

Em breve, outros dois fatores vão entrar em campo: o voto feminino e a despedida de Lula. Dilma já leva vantagem no eleitorado feminino e pode se expandir quando a campanha for para a televisão. O voto feminino também será disputado por Marina. Mas aí entra o fator tempo: Dilma tem quase 10 vezes mais tempo de TV do que Marina.

Outro fator é a saída de Lula. Quando ele começar a se despedir pelos palanques do Brasil afora, vai ser um imenso chororô. Vai estar se despedindo o presidente que foi, para a imensa maioria dos brasileiros, o cara que fez os programas Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos e aumentou – quase triplicou – o salário mínimo, entre outras proezas.

Evidente que a subida de Serra é, de verdade, um alento para o PSDB. Mas não elimina o imenso desafio que ele tem pela frente, de fazer o povo acreditar que ele pode ser melhor do que Dilma quando tudo conspira contra tal tese. A televisão, e sempre ela, vai fazer a diferença.

Respondendo às duas perguntas do início do artigo. Não creio que o resultado das pesquisas da semana passada represente um ponto fora da curva ou o ponto de desequilíbrio que estaria mudando a história da eleição. Dilma continua favorita e Serra continua dependendo de: a) construir um discurso popular; b) ser verdadeiramente popular; c) acertar em todas as suas estratégias e na implantação delas; d) torcer para que Dilma erre muito; e e) torcer ainda mais para que Lula fique longe da disputa.



Murillo de Aragão é cientista político

O segundo turno das eleições presidenciais

Enviado por luisnassif, qui, 08/07/2010 - 09:13

Coluna Econômica

Há algumas características únicas, nas próximas eleições presidenciais.

A campanha oficial começou esta semana. Mas foi precedida de tanto tiroteio, denúncias, factóides, exposição dos pré-candidatos, críticas recíprocas que, para muitos especialistas – como Ricardo Guedes, do Instituto Sensus – é como se entrasse agora no segundo turno. Em termos práticos, como não haverá mudanças substantivas no ambiente de campanha, dificilmente a campanha oficial conseguirá trazer fatos novos para as eleições.

Tem mais. Em todo período pré-eleitoral, a candidata Dilma Rousseff foi submetida a uma campanha impiedosa, taxada de terrorista, poste, despreparada, boneco de ventríloquo e outras gentilezas maiores ou menores. Ao mesmo tempo, o candidato José Serra era desenhado como o político experiente, estrategista, seguro de si, calculista.

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À medida que a campanha avança, o efeito desse jogo inicial se inverte. Qualquer desempenho público de Dilma – nos debates ou entrevistas -, nem precisará sair do mediano para receber uma avaliação bastante positiva. Afinal, se se anunciava um poste, qualquer desempenho melhor do que poste será bem avaliado.

Tanto nas entrevistas do Roda Viva quanto na CBN, além disso, a candidata se saiu bastante bem.

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Do lado de Serra, ocorre o inverso. Cada indecisão, cada visão atrapalhada sobre estratégias de campanha, será potencializada – muito mais do que em Dilma – porque a opinião pública midiática passou meses recebendo informações sobre um suposto super-homem da política.

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Entra-se na campanha, portanto, assim como alguns campeonatos de futebol, com um dos times (Dilma) precisando apenas contar em não errar muito; e o outro (Serra) tendo que acertar todas e ainda contar com erros do adversário.

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Por isso mesmo, a grande armadilha para a campanha de Dilma não serão os inimigos externos, mas as disputas internas. A perspectiva de vitória próxima já deflagrou uma discussão interna acesa entre PMDB, PT e membros da equipe de governo, visando começar desde já a ocupação de espaço no próximo governo.

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De concreto tem-se uma certeza: o presidente do Banco Central Henrique Meirelles não permanece. Indicado por Lula para ajudar a coordenar a campanha, o ex-Ministro Antonio Pallocci provavelmente terá lugar em um provável futuro governo Dilma, mas como articulador junto ao setor privado – dificilmente como Ministro da Fazenda.

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Ainda há certa desorganização na campanha, principalmente na definição do programa de governo. O assessor especial da presidência Marco Aurélio Garcia e o presidente da APEX (Agência de Promoção das Exportações), Alessandro Teixeira, estão incumbidos de coordenar o programa de governo a ser apresentado na campanha.

Não haverá detalhamento, mas a ênfase em algumas idéias-chave. Em relação à desoneração fiscal, por exemplo, a idéia será a candidata prometer racionalização de carga tributária desde que dentro de um acordo com os estados. Caso contrário, se a União desonerar de um lado, corre-se o risco de estados se apropriarem do outro, através do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias).

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O pedagiômetro

Por Sanzio
O que é o Pedagiômetro?

Criamos uma ferramenta que estima em tempo real o quanto se arrecada nos pedágios paulistas, utilizando os relatórios de arrecadação das concessionarias que são apresentados anualmente a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

A taxa anual de crescimento na arrecadação é cada vez maior e chegou a 16,07% em 2009. A partir de 1º de julho temos um reajuste médio de 5% no valor das tarifas; Soma-se a isso a construção de 21 novas praças de pedágio em 2010, além do aumento da frota e do fluxo de veículos, consequências da economia aquecida. Como não é possível mensurar esse aumento com exatidão, estamos subestimando a arrecadação em R$ 5,3 bilhões, utilizando para isso a mesma taxa de crescimento de 2009, em que vivemos uma grave crise econômica global e o crescimento do PIB fechou em 1%. Este ano, já tivemos o crescimento de 9% do PIB no primeiro trimestre e é possível deduzir que a arrecadação nos pedágios crescerá ainda mais.

Pedágios paulistas arrecadam R$ 168,09 por segundo, ou seja, R$ 605.124,00 mil por hora, R$ 14.522.976,00 milhões por dia e R$ 435.689.280,00 milhões por mês.

Quantos pedágios temos nas rodovias de São Paulo?
Temos 227 praças de pedágio em 2010.

Quantas praças de pedágios foram construídas no governo tucano?
Em 1997 eram 40 praças. Em 2010 são 227.
Só de 2008 pra cá já foram inauguradas 71 praças de pedágio.

Quanto foi arrecadado nos pedágios nos últimos anos?
Em 2002 foram arrecadados 1,6 bilhões. Em 2009 o montante chega a 4,5bi. A média de crescimento anual é superior a 25% no período.

terça-feira, 6 de julho de 2010

DIAP apresenta prognóstico das futuras bancadas partidárias do Senado

Fonte: Diap

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) acaba de concluir seu primeiro prognóstico para a eleição de 2/3 do Senado (54 das 81 cadeiras) neste pleito de 2010, analisando dois aspectos da eleição: 1) o índice de renovação, tendo por parâmetro as duas últimas eleições em que 2/3 das vagas da Casa estavam em disputa; e 2) as bancadas por partido no pós eleição.

Índice de renovação
O índice de renovação, a julgar pelos postulantes à reeleição, será muito elevado, porém inferior ao das duas últimas eleições em que duas das três cadeiras de cada Estado no Senado estavam em disputa.

Em 1994, somente nove dos 54 senadores que encerravam o mandato em 1995 foram reeleitos, numa renovação de 83,35%, considerando as vagas em disputa, e de 55,55% em relação à composição total do Senado.

Em 2002, apenas 14 dos 54 senadores se reelegeram, numa renovação de 74,93% das vagas em disputa e de 49,38% em relação à composição total do Senado.

Em 2010, o prognóstico do DIAP é que entre 15 e 20 senadores consigam renovar seus mandatos, numa renovação mínima de 72,22% e 62,96% das vagas em disputa e máxima de 48,15% e 41,97% da composição total do Senado.

Bancadas por partido
As futuras bancadas do Senado, tendo por parâmetro a atual composição partidária, sofrerão pequenas oscilações, para cima ou para baixo. A oposição será a principal prejudicada. A tendência é que PT, PSB e PP cresçam e DEM, PSDB, PMDB, PTB, PDT e PR reduzam suas bancadas, conforme segue:

O PMDB, que atualmente possui 18 senadores, renova 15 cadeiras neste pleito, permanecendo apenas três senadores com mandato até 2015. A tendência é que eleja entre 12 e 14 senadores em outubro, ficando com uma bancada entre 15 e 17 na próxima legislatura.

Apesar de perder entre um e três senadores em relação à composição atual, a tendência é que continue como a maior bancada a partir de fevereiro de 2011.

O PSDB, atualmente com 14 senadores, renova nove cadeiras, permanecendo cinco senadores com mandato até 2015. A tendência é que eleja entre 7 e 8 senadores, ficando com uma bancada entre 12 e13, perdendo um ou dois senadores em relação à composição atual.

O DEM, com 14 senadores, será o mais prejudicado. Perderá entre três e quatro senadores em relação à composição atual. Permanece com seis senadores com mandato até 2015 e tende a eleger entre 4 e 5 senadores, podendo chegar a uma bancada com entre 10 e 11 senadores.

PTB, PDT, PR e PRB, respectivamente com sete, seis, quatro e dois, tendem a perder entre um e dois senadores cada. O PTB só não perde mais porque cinco dos sete atuais senadores possuem mandato até 2015, enquanto o PDT tem apenas dois e o PR somente um com mandato até 2015. O PRB elegerá, no máximo, um senador.

O PT, que atualmente possui nove senadores, sendo que seis deles encerram seus mandatos em 2011, remanescendo apenas três com mandato até 2015, poderá eleger entre 11 e 13 neste pleito, chegando a uma bancada com entre 14 e 16 senadores. Sai de quarta para a segunda bancada, superando PDSB e DEM, ficando atrás apenas do PMDB.

O PSB dará um bom salto, saindo de dois para entre quatro e cinco senadores. Já o PP, que possui apenas um, ficará com entre dois e quatro senadores na próxima legislatura. O PCdoB, que tem um senador com mandato até 2015, poderá eleger até mais dois.

PSC, PSol, PV, PMN e PPS elegeriam, no melhor cenário, um senador cada.

domingo, 4 de julho de 2010

O Fim da Pré-Campanha

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Quem tinha razão era Magalhães Pinto, velha raposa política e ex-governador de Minas Gerais. A política é mesmo como nuvem. Uma hora, você olha e vê uma coisa. Olha de novo e ela já mudou.

Se estivesse vivo, seria o que ele diria sobre o período da campanha presidencial que agora se encerra. Do início de abril, quando se desincompatibilizaram os principais candidatos, ao fim de junho, quando começa a reta final da sucessão, tudo ficou diferente.

A entrada em campo de Serra era aguardada há meses. É verdade que ele teve que disputar, até dezembro, o posto de candidato com Aécio, ainda que não se preocupasse muito com as aspirações do mineiro. Estava convencido de que o PSDB terminaria por lhe entregar a vaga.

De qualquer maneira, o fato é que, desde quando Aécio saiu do páreo, nada mais restava em seu caminho. Com a candidatura assegurada, teve amplo tempo para se preparar, montar sua estratégia, organizar sua equipe. Ainda que continuasse, de janeiro a março, com suas obrigações de governo, pôde pensar com calma no que faria quando saísse do Palácio dos Bandeirantes.

Com algum retardo (que ajudou a manter o suspense sobre sua decisão até a véspera do prazo fatal), ele finalmente renunciou ao cargo de governador e virou candidato. Juntou-se a Dilma que, dias antes, havia deixado o ministério.

Entre o começo de abril e meados de maio, Serra viveu seus melhores 45 dias desde quando iniciou sua jornada em busca da Presidência. Quem tiver alguma memória se lembrará do que andaram dizendo seus correligionários e publicaram aqueles que por ele torcem na imprensa carioca e paulista.

Era como se estivesse ali começando para valer a sucessão, com um goleador nato, em momento inspirado, mostrando seu melhor futebol. Para eles, Serra fazia um gol atrás do outro, com postura serena, palavras sempre bem escolhidas, hábeis manobras.

Pelo que se lia nesses jornais, enquanto Serra conquistava novos apoios, Dilma perdia os dela. Era apenas questão de tempo até que as pesquisas assinalassem seu crescimento. Enquanto não vinham, as colunas estavam cheias de especulações sobre “pesquisas internas”, que já o mostrariam bem à frente da adversária.

Se era esse o tom da cobertura a respeito do candidato tucano, via-se o inverso no que era publicado sobre a petista. Parecia que uma desastrada havia entrado em campo, cometendo um erro depois do outro. Precipitação, amadorismo, inabilidade, incompetência, era isso que se falava dela e de sua campanha. Chegaram a dizer que Lula andava nervoso, agitado, irritadiço.

As nuvens, no entanto, mudaram. Se o sol parecia brilhar para Serra até o meio de maio, a chuva desabou de lá para cá. Viu-se que a falta de traquejo eleitoral não prejudicava Dilma. Ela cresceu nas pesquisas, suas alianças se confirmaram, outras surgiram. Gorou a esperança de que a propaganda partidária de PSDB, DEM, PPS e PTB, somadas, mudassem o panorama. Na maioria dos estados, alegrias para o governo, decepções para a oposição. Lula já não franzia mais a testa. Quando junho chegou ao fim, ele era só sorrisos.

Ficou, no entanto, para o apagar das luzes da “pré-campanha”, o pior momento. O episódio da escolha do companheiro de chapa de Serra tem tudo para entrar para a história.

Desde a quarta-feira, quando Índio da Costa foi confirmado, já se falou tanto que é até cruel insistir no assunto. Qualquer argumento em favor de seu nome chega a ser risível, desde o potencial de seus 40 anos atraírem a juventude e provocarem a reversão do voto no Sudeste, à densidade de sua biografia de “ficha limpa”.

Mas resta uma pergunta: por mais que as pessoas se julguem imortais, um candidato a presidente não tem a obrigação de raciocinar com a hipótese de vir a faltar, por qualquer motivo? Não foi, talvez, pensando assim que Collor escolheu Itamar, que Fernando Henrique convidou Marco Maciel, que Lula optou por José Alencar?

Goste-se ou não de Michel Temer, nem seus inimigos negam que tem experiência e qualificações para, se imperativo, substituir Dilma. E Índio da Costa?

Serra empata e evita crise; Dilma cresce em favoritismo

Deu em O Estado de S. Paulo

Jose Roberto de Toledo

As pesquisas Ibope e Datafolha feitas após a veiculação dos comerciais de 30 segundos do PSDB salvaram a campanha de José Serra de uma crise. O tucano concentrou toda a sua propaganda em junho, para tentar barrar a ascensão de Dilma Rousseff (PT). Aos 45 do segundo tempo, ele conseguiu voltar a empatar com a petista.

Mas nem todos os problemas do tucano se acabaram. A mesma sondagem Ibope que põe os dois lado a lado nas simulações tanto de 1º quanto de 2º turno mostra que Dilma é cada vez mais favorita, ao menos na opinião dos eleitores.

O seu favoritismo passou a ser apontado por 45% do eleitorado (era 40% há um mês). Só 34% acham que Serra vai ganhar a eleição. A percepção de vitória é um importante combustível de campanha -tanto do lado financeiro quanto do psicológico.

Ainda segundo o Ibope, mais eleitores, principalmente do sexo feminino, se lembram de terem visto as propagandas de Serra, em comparação com as de Dilma. Isso pode explicar a oscilação positiva do tucano na última semana.

Os spots de 30 segundos se misturam à programação da TV e do rádio e, por isso, são muito mais eficientes como propaganda eleitoral do que os programas partidários de 10 minutos.

No dia 5 a corrida começa oficialmente. Dilma e Serra largam lado a lado, mas com bagagens muito diferentes. Ela faz de tudo para mimetizar Lula. Ele aposta no próprio currículo. E Marina Silva (PV) corre por fora, bem por fora.

O início formal da campanha tem consequências práticas. Lula poderá repetir o nome de Dilma quantas vezes quiser, sem medo de ser multado de novo (seria a 7ª vez) pela Justiça eleitoral. Ao menos não por campanha antecipada. Lula tem sido o principal motor do crescimento de Dilma nas pesquisas.

Por outro lado, começarão os debates entre os candidatos, e Dilma será o alvo preferencial de todos os adversários. A falta de experiência em eleições levanta dúvidas sobre seu desempenho nesses embates. Inclusive se ela irá ou não comparecer.

O cenário econômico e a percepção de vitória favorecem a candidata governista, mas há 90 dias de campanha pela frente, com direito a discursos de improviso, entrevistas quebra-queixo, debates e propaganda no rádio e na TV. Como diz aquele forró, tudo pode acontecer, inclusive nada.

Investimentos do governo batem recorde com Lula

Os investimentos do governo Lula fecharam o primeiro semestre no maior nível desde a redemocratização do Brasil, relatam Gustavo Patu e Valdo Cruz em reportagem publicada na Folha deste domingo

Nos últimos 12 meses, eles somaram R$ 42 bilhões, ou 1,25% do Produto Interno Bruto (tudo o que o país consumiu e investiu no período). Desde 1989, com exceção de 1994, todas as eleições presidenciais foram disputadas com taxas abaixo de 1% do PIB.

O que explica o recorde, porém, é um salto repentino de quase 60% nos primeiros seis meses deste ano, na comparação com o primeiro semestre de 2009.

De acordo com a reportagem, Lula espera que o ritmo acelerado de investimentos --que incluem obras e inaugurações em habitação, rodovias, hospitais e escolas-- na reta final do mandato ajude a eleger sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff (PT).



sábado, 3 de julho de 2010

Datafolha, Ibope e a vantagem de Serra no Sudeste

Marcelle Ribeiro e Tatiana Farah, de O Globo

Os dados e tendências conflitantes entre as últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha também aparecem na divisão das intenções de voto por região.

O último levantamento do Datafolha mostra que o candidato tucano à Presidência, José Serra, teve um expressivo crescimento no Sul do país, subindo de 38% das intenções de voto em 20 e 21 de maio para 50% no levantamento feito em 30 de junho e 1 de julho.

Na mesma região, Dilma Rousseff (PT) oscilou para baixo, de 35% em maio para 32%.

Já o levantamento do Ibope, divulgado em 23 de junho, mostrava que Serra estava à frente de Dilma no Sul, com 42% das intenções de voto contra 34%; no entanto, apontava para uma queda do tucano em relação à pesquisa Ibope anterior, e não para um crescimento, como no caso desta pesquisa Datafolha.

A participação de Dilma, segundo o Ibope, está crescendo na região, o que mostra que os dois institutos de pesquisa apontam para tendências diferentes no Sul.

No Sul, segundo o Datafolha, a candidata do PV, Marina SIlva, caiu de 12% para 8%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Diretor do Datafolha, Mauro Paulino diz que o cenário Serra x Dilma reproduz o quadro eleitoral de 2006, entre o então candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, o presidente Lula, nessa região:

- O Sul foi a região onde as propagandas do Serra nos últimos 30 dias tiveram a maior audiência, o que pode explicar esse crescimento (de 38% par 50%). E, em 2006, o Alckmin, obteve 51%, enquanto Lula teve 32% - afirmou Paulino.

Segundo a pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira, Serra também cresceu e está à frente de Dilma no Sudeste, maior colégio eleitoral do país, com dez pontos percentuais a mais que a petista.

Serra tem 43% e Dilma, 33%. Já o Ibope mostrou empate técnico no Sudeste: Dilma aparece com 37% e Serra, com 36%.

Na Região Nordeste, a distância entre os dois principais candidatos está ainda maior e chega a 17 pontos percentuais, segundo o Datafolha. Em maio, era de 11 pontos percentuais.

Dilma oscilou para cima, de 44% em maio para 47%. Já Serra oscilou para baixo, de 33% para 30%. Na opinião de Paulino Dilma pode ter maior crescimento no Nordeste, pois o presidente Lula tem aprovação maior e o eleitor ainda não a conhece:

- Lá está 47 a 30 para Dilma, mas lá tem a maior taxa de desconhecimento da candidatura dela, por conta da baixa escolaridade e da falta de contato com a informação. Lá, Lula é quase uma unanimidade. Tem 87% de ótimo e bom. É uma maneira de ver de que forma esse contingente de eleitores vai encarar a candidatura Dilma. Seu desafio é convencer esse eleitorado - diz Paulino.

A última pesquisa do Ibope no Nordeste coincide com o Datafolha e mostrou Serra com 30% e Dilma com 47%.

A região Nordeste é a que tem maior percentual de eleitores indecisos segundo o Datafolha, que chega a 12%. No Norte e no Centro-Oeste, tucano e petista cresceram na pesquisa de intenção de votos do Datafolha, tirando votos da presidenciável verde, que oscilou de 14% para 9%.

A candidata do presidente Lula foi de 40% para 42% e o tucano saltou de 34% para 38%. Na pesquisa Ibope, Dilma já aparecia com vantagem em relação a Serra, com 40% das intenções, contra 34%.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Por que apoiamos Dilma?

Resposta simples: porque escolhemos a candidatura melhor

Mino Carta

Guerrilheira, há quem diga, para definir Dilma Rousseff. Negativamente, está claro. A verdade factual é outra, talvez a jovem Dilma tenha pensado em pegar em armas, mas nunca chegou a tanto. A questão também é outra: CartaCapital respeita, louva e admira quem se opôs à ditadura e, portanto, enfrentou riscos vertiginosos, desde a censura e a prisão sem mandado, quando não o sequestro por janízaros à paisana, até a tortura e a morte.

O cidadão e a cidadã que se precipitam naquela definição da candidata de Lula ou não perdem a oportunidade de exibir sua ignorância da história do País, ou têm saudades da ditadura. Quem sabe estivessem na Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade há 46 anos, ou apreciem organizar manifestação similar nos dias de hoje.

De todo modo, não é apenas por causa deste destemido passado de Dilma Rousseff que CartaCapital declara aqui e agora apoio à sua candidatura. Vale acentuar que neste mesmo espaço previmos a escolha do presidente da República ainda antes da sua reeleição, quando José Dirceu saiu da chefia da Casa Civil e a então ministra de Minas e Energia o substituiu.

E aqui, em ocasiões diversas, esclareceuse o porquê da previsão: a competência, a seriedade, a personalidade e a lealdade a Lula daquela que viria a ser candidata. Essas inegáveis qualidades foram ainda mais evidentes na Casa Civil, onde os alcances do titular naturalmente se expandem.

E pesam sobre a decisão de CartaCapital. Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil. Com largos méritos, que em parte transcendem a nítida e decisiva identificação entre o presidente e seu povo. Ninguém como Lula soube valerse das potencialidades gigantescas do País e vulgarizá-las com a retórica mais adequada, sem esquecer um suave toque de senso de humor sempre que as circunstâncias o permitissem.

Sem ter ofendido e perseguido os privilegiados, a despeito dos vaticínios de alguns entre eles, e da mídia praticamente em peso, quanto às consequências de um governo que profetizaram milenarista, Lula deixa a Presidência com o País a atingir índices de crescimento quase chineses e a diminuição do abismo que separa minoria de maioria. Dono de uma política exterior de todo independente e de um prestígio internacional sem precedentes. Neste final de mandato, vinga o talento de um estrategista político finíssimo. E a eleição caminha para o plebiscito que a oposição se achava em condições de evitar.

Escolha certa, precisa, calculada, a de Lula ao ungir Dilma e ao propor o confronto com o governo tucano que o precedeu e do qual José Serra se torna, queira ou não, o herdeiro. Carregar o PSDB é arrastar uma bola de ferro amarrada ao tornozelo, coisa de presidiário. Aí estão os tucanos, novos intérpretes do pensamento udenista. Seria ofender a inteligência e as evidências sustentar que o ex-governador paulista partilha daquelas ideias. Não se livra, porém, da condição de tucano e como tal teria de atuar. Enredado na trama espessa da herança, e da imposição do plebiscito, vive um momento de confusão, instável entre formas díspares e até conflitantes ao conduzir a campanha, de sorte a cometer erros grosseiros e a comprometer sua fama de “preparado”, como insiste em
afirmar seu candidato a vice, Índio da Costa. E não é que sonhavam com Aécio...

Reconhecemos em Dilma Rousseff a candidatura mais qualificada e entendemos como injunção deste momento, em que oficialmente o confronto se abre, a clara definição da nossa preferência. Nada inventamos: é da praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária. Nunca deixamos, dentro da nossa visão, de apontar as falhas do governo Lula. Na política ambiental. Na política econômica, no que diz respeito, entre outros aspectos, aos juros manobrados pelo Banco Central. Na política social, que poderia ter sido bem mais ousada.

E fomos muito críticos quando se fez passivamente a vontade do ministro Nelson Jobim e do então presidente do STF Gilmar Mendes, ao exonerar o diretor da Abin, Paulo Lacerda, demitido por ter ousado apoiar a Operação Satiagraha, ao que tudo indica já enterrada, a esta altura, a favor do banqueiro Daniel Dantas. E quando o mesmo Jobim se arvorou a portavoz dos derradeiros saudosistas da ditadura e ganhou o beneplácito para confirmar a validade de uma Lei da Anistia que desrespeita os Direitos Humanos. E quando o então ministro da Justiça Tarso Genro aceitou a peroração de um grupelho de fanáticos do Apocalipse carentes de conhecimento histórico e deu início a um affair internacional desnecessário e amalucado, como o caso Battisti. Hoje apoiamos a candidatura de Dilma Rousseff com a mesma disposição com que o fizemos em 2002 e em 2006 a favor de Lula. Apesar das críticas ao governo que não hesitamos em formular desde então, não nos arrependemos por essas escolhas. Temos certeza de que não nos arrependeremos agora.

Analistas preveem 2º turno em pleito entre Serra e Dilma

Ricardo Leopoldo, da Agência Estado

Após a última rodada de pesquisas eleitorais, cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado avaliam que o candidato do PSDB, José Serra, perdeu força antes do esperado, mas o bom desempenho da candidata do PT, Dilma Rousseff, não será suficiente para decidir a eleição no primeiro turno.

Para o diretor do Eurasia Group para a América Latina, Christopher Garman, e o professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Carlos Melo, alguns fatores, como o crescimento do País, que deve chegar a 7,3% neste ano, segundo o Banco Central (BC), e o início da campanha na TV, devem consolidar a dianteira de Dilma e a levar a vencer o primeiro turno com uma margem de cinco a dez pontos porcentuais de vantagem sobre Serra.

"O empate técnico na pesquisa Datafolha divulgada hoje dá um alento aos tucanos na atual conjuntura", comentou Melo. De acordo com o levantamento do Datafolha, Serra alcança 39% e Dilma chega a 38% das intenções de voto.

Garman e Melo ponderam que em junho a exposição no programa eleitoral do PSDB e a inserção em comerciais de partidos aliados deveriam ter levado José Serra a registrar uma vantagem expressiva sobre Dilma Rousseff, o que não ocorreu.

"A coordenação da campanha de Serra gostaria de ter visto a abertura de seis a oito pontos porcentuais de dianteira sobre Dilma. Mas, como isso não aconteceu e Dilma assumiu a primeira posição nas pesquisas realizadas pelo Ibope e Vox Populi, surgiu uma frustração na candidatura do tucano", disse o diretor do Eurasia Group.

Os levantamentos realizados pelo Ibope e Vox Populi em junho apontaram que a candidata do PT atingiu 40% e Serra 35%. Já a pesquisa Datafolha indicando empate técnico foi feita nos dias 30 de junho e 1º de julho.

Na avaliação de Melo, ocorreram vários erros na campanha de José Serra no mês passado que deram condições para que Dilma o ultrapassasse em duas pesquisas quando isso ainda não estava previsto.

A primeira delas foi o PSDB ter criado a grande expectativa de que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves poderia ser o vice de Serra e uma espécie de "Messias" que traria a vitória. "Como isso não ocorreu, qualquer candidato a vice que não fosse ele seria o anticlímax, uma decepção", disse.

Daí, destaca o professor do Insper, o senador Alvaro Dias foi o escolhido, o que abriu uma crise na parceria política entre o DEM e o PSDB. "Os Democratas aproveitaram que Serra não estava tão bem junto ao eleitorado e foram firmes na indicação do vice", disse. "O fato é que esta questão da escolha do companheiro de chapa causou uma lambança tão grande que só prejudicou a candidatura, num momento em que a campanha deveria estar azeitada e funcionando direito."

Ambos os cientistas políticos acreditam que o intenso apoio do governo na campanha petista e a propensão do eleitorado de querer a continuidade das boas condições da economia tendem a garantir uma vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra nos próximos três meses, desde que não ocorram fatos extraordinários.

Melo e Garman não acreditam que a eleição será decidida no primeiro turno, pois avaliam que a disputa continuará acirrada. Para o professor do Insper, a candidata do PT deve atingir no dia 3 de outubro cerca de 40% dos votos, enquanto Serra deve chegar ao redor de 35%. Na avaliação do diretor do Eurasia Group, o candidato tucano deve chegar aos 35%, enquanto Dilma deve alcançar uma marca ao redor de 45%.

Os especialistas destacam a influência do desempenho da economia sobre as perspectivas eleitorais mais favoráveis para Dilma do que para Serra.

Segundo Garman, um estudo recente feito pelo Eurasia Group com a Ipsos Public Affairs mostrou que, na análise de 102 pleitos envolvendo eleições para presidente em diversos países e para governador em Estados nos EUA, em 87% dos casos os administradores que estavam no poder conseguiram fazer seus sucessores quando o Produto Interno Bruto (PIB) apresentava uma boa evolução e o otimismo da população com seu futuro estava em alta.

Melo ressalta ainda que a campanha tucana não conseguiu até agora mostrar aos eleitores que é a melhor opção para tornar a expansão do País sustentável no longo prazo, elevar os investimentos em infraestrutura e melhorar o nível de escolaridade, saúde e segurança pública. "Essas são as grandes questões que importam para o povo e que não estão sendo abordadas pela candidatura do PSDB", afirmou.

Serra estrebucha. O Datafolha estrebucha, também


Fonte: Tijolaço

Ao longo do dia, vou analisar com mais vagar esta pesquisa Datafolha. A única coisa que ela prova completamente é a devoção do grupo da família Frias à esperança de levar a direita paulistana, de novo, ao poder nacional.

Devoção que é tão grande e canina que não respeita números, evidências e, sequer, guarda espaços para julgamentos éticos e morais.

A esta altura, nem mesmo os redatores mais fiéis à Folha acreditam nos números que seu jornal divulga. Josias de Souza, um dos mais prestigiados do jornal da Barão de Limeira, abre assim o seu artigo:

“O alto comando da campanha de José Serra respira uma atmosfera de pessimismo. Os planos que o tucanato esboçara para a fase de pré-campanha malograram.”

E desfia fatos e argumentos, para quem quiser ler, como nada deu certo nos planos tucanos de chegarem ao início da campanha à frente de Dilma, sem se acanhar em citar a vantagem em que lhe colocam outros institutos de pesquisa.

Mas o Datafolha, não, este não falhou com Serra. Fez o que pode para cumprir o plano tucano, e recolocou Serra “na frente” de uma “empate técnico”: 39 a 38% sobre Dilma. Redistribuiu pontos,

tirando da pobre Marina Silva, que já tinha tão pouco.

O jornal e o seu agente da estatística nem se importaram em disfarçar a coisa. Na pesquisa espontânea, Serra tem apenas 19%, contra 32% dos que declaram voto em Dilma(22%), em Lula(5%), no candidato que este indicar (4%) e no candidato do PT (1%).

Reparem que as intenções de voto, o uso da região Sul do Brasil continua a ser usado como uma espécie de “gangorra” providencial em favor de Serra. Enquanto nas demais regiões há oscilações modestas, não se acanham em saltar Serra em 12 pontos, para justificar o resultado final.

Também não se envergonham de razer Serra subir quando sobe também a aprovação de Lula, a

nível recorde e que 41% digam que vão votar em seu candidado, enquanto outros 24% dizem que poderão votar em razão de seu apoio.

O mais grave, porém, é que o jornal atribui, sem um pio sequer sobre isso, a tal subida de Serra ao uso intensivo da televisão, nos programas do DEM, do PPS e do PTB. Uso ilegal, criminoso, em rede nacional, feito nas barbas da justiça eleitoral e sob a inércia do Ministério Público Eleitoral, mais preocupado em tentar silenciar blogs e até comentários em blogs.

Deixemos, porém, para a tarde uma análise mais acurada e os julgamentos morais sobre estes atos. Vamos, na eleição e no jogo de daqui a pouco, torcer pelo Brasil com o grande sorriso que corresponde a quem tem alegria no peito e paz na consciência.

A crise, a de Serra e a do Datafolha, é lá, é no lado da sombra, é do lado do pessimismo, é do lado de quem não ousa dizer que quer que as coisas dêem sempre errado, para que possam ser os reis da ruína, os imperadores dos escombros.

Nós, não. Nós já sabemos que o povo brasileiro já perdeu o medo de ser feliz e tem a certeza que, com todas as dificuldades, vai em frente.

A solidez de Dilma Rousseff

À esta altura, quando a campanha eleitoral está prestes a começar oficialmente, é inegável a solidez da candidatura à Presidência da República de Dilma Rousseff. Até há pouco tempo, muitos duvidavam de sua força eleitoral. Hoje, ninguém pensa assim.

A mais recente pesquisa de intenção de voto realizada pelo CNI-Ibope reforça tal constatação: pela primeira vez, Dilma aparece na frente do candidato de oposição, José Serra, com 40% a 35%. Os números mostram crescimento de sete pontos de Dilma em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto; Serra cai três. Em terceiro vem Marina Silva, com 7%.

É significativo e consistente o crescimento de Dilma. Mês a mês, ela conquista espaço e apoios. Hoje, lidera também o levantamento espontâneo, com 22% de intenção de voto, contra 16% de Serra. Há três meses, ela tinha 14% contra 10% de Serra. A última pesquisa Vox Populi também traz Dilma com 40% contra 35% de Serra.

Mas há fortes razões para avaliar que Dilma tem espaço para crescer mais. Tais fatores se dividem em três grupos principais: a estrutura eleitoral que foi montada, o conjunto de propostas apresentado e as condições de execução do projeto de Brasil que a candidatura defende. Nos três grupos, Dilma possui atualmente uma situação mais favorável do que Serra.

Dilma conseguiu articular o apoio de dez partidos em torno de um plano de governo para fazer o país avançar mais. Além do PT, integram a aliança o PMDB, o PDT, o PSB, o PCdoB, o PR, o PRB, o PSC, o PTC e o PMN. A ampla coligação permite aproximar a candidatura dos mais diferentes setores da sociedade, dar palanques fortes nos 27 Estados e viabilizar um importante tempo de TV e rádio para a apresentação do programa de governo.

Ademais, a maioria do PP está com Dilma, mesmo sem apoio formal, e o PTB, que oficialmente apóia Serra, na prática está dividido, com grande parte dos deputados, senadores, prefeitos e vereadores do partido apoiando Dilma.

Do lado de Serra, a situação é a inversa. Há profunda divisão interna, desacordo sobre a montagem das alianças regionais e frágeis palanques estaduais. O Rio de Janeiro é um exemplo, com Serra se apoiando num candidato ao governo do mesmo partido que Marina. Os partidos de oposição não se entendem nem na hora de escolher o vice, revelando ao país o quanto pode ser desastroso e desarticulado uma gestão Serra. Afinal, as pessoas se perguntam: se não conseguem escolher o vice, como irão decidir os ministros?

O brasileiro está cada vez mais prestando atenção ao que representa cada candidato na disputa. E vai ficando evidente que Serra representa o passado, a gestão Fernando Henrique Cardoso, da qual foi ministro. Serra é o candidato de um projeto que não deu certo. Por isso, tem dificuldades em apresentar propostas novas. Em contrapartida, Dilma representa a continuidade de um Brasil melhor, que começou a mudar com o Governo Lula.

A pesquisa CNI-Ibope mostra isso. Hoje, 75% avaliam o Governo Lula como ótimo e bom. Além disso, a aprovação pessoal de Lula foi a 85%, e a confiança no presidente está em 81%. A maioria (49%) disse que o segundo mandato de Lula é melhor que o primeiro.

Esses números, somados com os 73% que já associam Dilma como candidata do presidente Lula, colaboram de maneira decisiva para o crescimento da ex-ministra nas pesquisas. De acordo com o levantamento, 48% dizem que vão votar em uma pessoa apoiada por Lula. Ou seja, se Dilma possui 40%, ainda há espaço para ser identificada como a candidata de Lula e crescer mais.

Em recentes entrevistas, Dilma derrubou todos os mitos inventados pela oposição a seu respeito e mostrou que é a única candidata presidencial com propostas e programa de governo, com experiência e competência. Revelou conhecimento do país, seus problemas e tem propostas para colocar o Brasil no caminho da 5ª maior economia do mundo pela via da geração de emprego, distribuição de renda e desenvolvimento sustentável.

Ela se destaca por sua personalidade e por ser excelente administradora. Como ministra da Casa Civil, tornou-se uma importante liderança política e técnica, por isso, assumiu a coordenação dos principais programas do Governo Lula —entre outros, o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), o “Minha Casa, Minha Vida”, o Luz para Todos e o Bolsa Família.

Tal capacidade se reflete na pesquisa CNI-Ibope. A rejeição a Serra cresceu de 25% para 30% entre março e junho, enquanto que Dilma baixou sua rejeição de 27% para 23%. Isso mostra que o brasileiro está comparando os dois candidatos e escolhendo Dilma, como se percebe na simulação de segundo turno: Dilma venceria Serra por 45% a 38% se as eleições fossem hoje.

Há muita coisa ainda para acontecer, principalmente a partir de agosto, quando começa o horário eleitoral na TV e no rádio. Mas em uma disputa polarizada como a que se desenha, começa a ficar claro que Dilma é uma candidata sólida e com capacidade de assumir o grande desafio que será suceder o presidente Lula. Porque é mais preparada, conhece o que tem sido feito e sabe como fazer o Brasil seguir no caminho de um futuro melhor.


José Dirceu, 64, é advogado e ex-ministro da Casa Civil

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Legiao Urbana - Índios

Até aqui, saldo é melhor para Dilma do que para Serra

Ao final de junho, a situação da campanha eleitoral é amplamente favorável a Dilma Rousseff. Nada que surpreendesse as expectativas da Arko Advice. Mesmo quando Dilma caminhava muito atrás de José Serra e de Ciro Gomes, entendíamos que as condições estruturais da campanha e o ambiente psicossocial iriam beneficiar a candidata governista.

Não queremos dizer que José Serra não tenha chance de vencer. No entanto, a situação, ao final de junho, confirma as expectativas que tínhamos tanto quanto ao desempenho de Dilma quanto ao seu favoritismo. No momento, as melhores chances de Serra estão em levar a disputa para o segundo turno e tentar reverter a liderança de Dilma, cooptando votos que irão para Marina Silva no primeiro turno.

O mês de junho, além de revelar a liderança de Dilma em todos os principais institutos, trouxe aspectos políticos relevantes. O PMDB fechou com Dilma e a coalizão resolveu o principal problema de entendimento entre os partidos em Minas Gerais. O PP – após flertar com Serra – decidiu pelo apoio informal a Dilma. Vinte diretórios do partido vão apoiar a candidata governista. Aécio Neves não topou a candidatura a vice na chapa com Serra. Pior, a escolha se arrastou por junho e terminou em conflito entre o PSDB e o DEM. Ainda a favor de Dilma, a popularidade de Lula é ampla e sólida, e o desempenho da economia continua muito positivo.

José Serra, pelo seu lado, além de perder a liderança, provocou um conflito com o DEM pela escolha de Álvaro Dias (PSDB/PR) para ser seu vice. Após namorar com o PP e até mesmo oferecer a vice para Francisco Dornelles, obteve o apoio de somente cinco diretórios. Depois de buscar apoios variados, conseguiu apenas manter o PPS e atrair Roberto Jefferson e o seu rachado PTB. No Rio de Janeiro, o palanque de Serra será dividido com Marina Silva. E, em Minas Gerais, já existem focos significativos de apoio à combinação Dilma-Anastasia.

Aparentemente, a situação ainda pode piorar para Serra ao longo de julho. Após a Copa do Mundo, o Brasil se voltará com mais atenção para o processo eleitoral. Com a campanha oficialmente em curso, Lula poderá ser mais enfático em seu apoio a Dilma. Ou seja, sem fato novo e extraordinário, as tendências apontam para a consolidação da liderança de Dilma na abertura oficial da campanha.

Apenas este ano, Dilma ganhou cerca de 10 pontos na preferência do eleitor, ao passo que Serra perdeu três. Não é muito. Mas é relevante o que Dilma ganhou.

Historicamente, quem lidera a pré-campanha tende a ganhar as eleições. Foi assim desde a eleição de Fernando Collor. De acordo com o Ibope, Dilma estaria a 3,3 pontos de liquidar a campanha em primeiro turno. O que antes parecia impossível, já passa a ser possível, ainda que não seja provável.


Murillo de Aragão é cientista político

Como Lula conquistou Osmar Dias

Para comparar estilos. O de Lula foi da cooptação. O de Serra foi um dossiê contra o governador Orlando Pessuti - publicado na Veja - visando tirá-lo da disputa e abrir campo para o candidato tucano.

Do Estadão

Lula dribla tucanos e 'rouba' Osmar Dias

Presidente aproveita rejeição do DEM a Álvaro Dias, mobiliza Lupi e convence senador pedetista a assumir candidatura ao governo do Paraná

João Domingos / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a articulação final que desmontou a tentativa de aliança entre o candidato tucano José Serra e o senador Osmar Dias, do PDT do Paraná, tornando-o candidato ao governo do Estado, numa coligação que envolve também o PT e o PMDB.

Lula aproveitou a ríspida reação do DEM à escolha de Álvaro Dias (PSDB) ? irmão de Osmar ? para o cargo de vice de Serra como forma de fortalecer os argumentos que acabariam por demover o pedetista de ficar ao lado dos tucanos. Por telefone, o presidente lembrou na terça-feira a Osmar que há um ano e meio a coligação com os petistas vinha sendo costurada. Por essa causa, Lula cancelou a viagem que faria a Pernambuco na terça, preferindo ficar em Brasília.

Da série "Índio faz colunista sofrer"

Fonte: Luis Nassif

O jornalista Merval Pereira é amigo da vereadora André Gouvea Vieira. Se não me engano, são contraparentes. Ambos fazem parte da militância carioca mais aguerrida do governador José Serra, que se junta em torno do Márcio Fortes e do Ronaldo César Coelho. Ontem, Andréa fulminou o Índio da Costa com acusações de manipulação de licitação de merenda escolar. A blogosfera repercutiu e a militância petista espalhou. O que fazer: fulminar os críticos de Índio e atingir a amiga Andrea ou apoiar a amiga Andrea e dar razão aos críticos de Índio?

Ficou assim:

"E nem mesmo as acusações contra ele levantadas pela CPI da Merenda Escolar, na Câmara de Vereadores do Rio, são conclusivas a ponto de alguém poder afirmar que ele não tem a ficha tão limpa assim como querem alardear os tucanos e democratas.

Só mesmo militantes energúmenos utilizam tais argumentos.

Mesmo que as coincidências entre os preços oferecidos pela fornecedora vencedora nas licitações, quando Indio da Costa era secretário de Administração da prefeitura do Rio, sejam bastante estranhas.

Sem ter, teoricamente, informações sobre os outros preços, a fornecedora sempre apresentou descontos quando tinha concorrentes, mantendo o preço cheio naquelas licitações em que ninguém disputava o fornecimento.

Foi como acertar na MegaSena, comenta a vereadora do PSDB do Rio Andrea Gouvêa Vieira, relatora da CPI."

Lembra o famoso telegrama de José Carlos de Macedo Soares (interventor em São Paulo) a Getúlio Vargas, para anunciar a entrada do estado na revolução de 32. Depois de falar da fibra e da honra do paulista, terminava assim: "Minha esposa manda lembranças para dona Darcy".

De O Globo

Comédia de erros

Merval Pereira

A sucessão de trapalhadas que levou à escolha equivocada do deputado federal do DEM Indio da Costa como companheiro de chapa do tucano José Serra só demonstra como o PSDB não está preparado para uma disputa que poderia ser difícil para o governo — mesmo com toda a máquina voltada para a tarefa de eleger Dilma Rousseff, geralmente de maneira ilegal —, mas está sendo facilitada pelos erros do adversário.

Na novela do vice, PSDB e DEM saíram perdendo


O desfecho do processo de escolha do candidato a vice-presidente na chapa do PSDB não teve propriamente vencidos e vencedores. Todos perderam.

É claro que a visão da superfície é a de que José Serra cedeu ao DEM ao aceitar um demista como vice. O DEM ganhou, então, certo? Não, errado.

Não ganha quase nada um partido que vê um deputado federal seu de pouca expressão ser colocado no papel de vice. O DEM não teve a menor influência na escolha do nome de Índio da Costa. A conjuntura –não controlada pelos demistas– é que desembocou em Índio.

Terminada a novela “Álvaro, l breve”, o PSDB e o publicitário Luiz Gonzalez à frente queriam encontrar alguém “filiado ao DEM, que tivesse a imagem de honesto e fosse uma novidade”, nas palavras de um tucano. Outro fez uma anedota: “Essa condição era quase um conjunto vazio”. Mas chegou-se ao nome de Índio da Costa, deputado de 39 anos, do Rio de Janeiro e em seu primeiro mandato.

O nome de Índio da Costa foi, portanto, uma imposição do PSDB. Assim: “O vice vai ser do DEM, mas quem escolhe sou eu e vocês engolem”. Pode-se dizer então que Serra prevaleceu, ganhou? Não. O tucano equivocou-se de maneira quase inacreditável ao acreditar nos seus conselheiros mais próximos a respeito da escolha anterior –o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que foi o candidato a vice-presidente do final de sexta-feira (25.jun.2010) até o começo da tarde de quarta-feira, ontem (30.jun.2010).