de Alberto Carlos Almeida, no Valor Econômico
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O que esperar nas três primeiras semanas? Como Dilma abrirá no primeiro turno uma margem de 15 a 20 pontos percentuais, devemos esperar que a associação entre Dilma e Lula, já nos primeiros dias de propaganda de TV, faça a candidata petista crescer forte nas pesquisas. Em geral, esse crescimento ocorre até a última semana de agosto ou a primeira de setembro. Foi assim com o Pitta de Maluf e com o Conde de César Maia.
Assim, as pesquisas publicadas a partir de agora indicarão um crescente distanciamento entre Dilma e Serra. Nos nossos modelos de análise de opinião pública, não esperamos que Serra caia abaixo de dos 30%. Ele tende a ficar gravitando em torno desse número.
Hoje, de acordo com o Datafolha, Serra tem 33%. Se ele perder mais 3 pontos percentuais, isso tende a ir para a Dilma, que, nesse caso, ampliaria a vantagem dos atuais 8 para 14 pontos percentuais. Os demais pontos de vantagem de Dilma virão de eleitores que hoje se declaram indecisos.
Creio ainda que entre os dias 7 e 10 de setembro e 3 de outubro as variações serão menores e causadas mais por eventos pontuais, como ocorreu no passado com o “dossiê dos aloprados”. Naquele episódio, a variação foi pequena e não fez Lula perder a dianteira. Ele caiu alguns pontos percentuais e isso fez que a eleição fosse para o segundo turno. Passado o efeito de mídia do dossiê falso, Lula voltou a abrir a margem que tinha anteriormente.
Delineado este cenário, será inócuo o esforco de Serra junto ao eleitorado de Minas e de São Paulo. A campanha do candidato tucano anunciou que ele concentrará os esforços nesses Estados. É como se existisse um passe de mágica a ser encontrado em meio a esse eleitorado. A mágica desaparece quando se pergunta com qual discurso Serra abordará o eleitor mineiro e paulista que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom. Como Serra vai persuadir esse eleitor a não votar em Dilma? Segundo o Datafolha, Dilma com 37% já está tecnicamente empatada com Serra (40%) no município de São Paulo. Assim, não será surpresa se o tucano for derrotado por Dilma em sua própria base eleitoral.
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