quarta-feira, 30 de junho de 2010

Procura-se uma oposição séria

Em que pese ser arriscado cantar vitória antes do tempo, penso que a eleição de Dilma vai se tornando irreversível. E devo dizer que o fenômeno, por mais que decorra da satisfação do brasileiro com a forma como o país é administrado, pode ser debitado, em grande parte, a erros crassos e à mediocridade e à falta de seriedade da oposição midiática.

A começar pela escolha do candidato da oposição. É espantoso que PSDB, PFL e seu aparato midiático tenham confundido o recall (lembrança de um político pelo eleitorado) de Serra com força eleitoral do tucano.

Pesquise-se a blogosfera progressista e se encontrarão centenas de análises de que o que o tucano tinha não era nada mais do que confusão do eleitorado entre um nome conhecido (o de Serra) e o candidato que Lula apoiaria.

80% dos brasileiros duvidam das notícias


Encomendado pela Secom (Secretaria de Comunicação do Governo Federal), o «Relatório de Pesquisa Quantitativa – Hábitos de Formação e Informação da População Brasileira» mereceu pouquíssima análise da imprensa escrita, apesar de já ter inspirado anúncios da Rede Globo sobre pontos que lhe são favoráveis.

Dados interessantes da pesquisa:

A TV aberta é de longe o meio preferencial para obter informações/
15,5% consideram a Internet o meio preferencial para obter informações, contra 6,4% dos jornais impressos e 0,5% (meio porcento) das revistas.
80% dos entrevistados acreditam muito pouco ou nada nas notícias veiculadas pela mídia

p; 46,1% dos entrevistados afirmaram que costumam ler jornais; 34,9% lêem revistas. Dos que lêem jornais, 24,7% afirmam ler diariamente – ou seja, 11,4% do universo pesquisado. 30,4% dos leitores de jornais – ou 14% do universo pesquisado – afirmam ler em média um dia por semana.

A maior parte dos leitores de jornais está na Região Sul (54,1%) e Sudeste (52,7%). No caso das revistas, Sudeste (39,4%), Sul (38,0%) e Centro-Oeste (37,6%). O menor índice de leitores de jornais está no Nordeste (27,7%) e dos de revistas na Região Norte (29,4%) e Nordeste (30,7%).

Veja é lida pela metade dos leitores de revistas. Em seguida, bem abaixo, Época e IstoÉ. Mas apenas 0,5% (meio porcento) considera as revistas como seu meio preferencial para obter informações.

A Internet já tem alta penetração. 46,1% dos maiores de 16 anos já acessam. Desses, 66,5% a partir de sua própria residência; desses 66,5%, 65% já possuem banda larga.

Nas faixas de renda mais elevadas (acima de 10 salários mínimos), o percentual de acesso à Internet chega a 79,7%. Entre o público mais jovem (16 a 24 anos) o percentual de acesso à Internet chega a 68,8%, caindo para 14,9% acima de 50 anos.

Interessante a avaliação sobre o papel das lideranças comunitárias. 15% dos entrevistados as consideram fonte de informação. Desse total, 45,6% confiam mais nas suas informações, contra 49,6% que acreditam que as informações dos meios de comunicação (incluindo rádio e TV) são mais esclarecedoras.

Credibilidade da mídia

E aí se entra na credibilidade da velha mídia.

A maioria absoluta dos entrevistados (57,3%) consideram tendenciosas as notícias veiculadas, contra 24,3% que acreditam em notícias isentas e imparciais.

Quanto se pergunta da credibilidade dos meios de comunicação, 72,1% afirmam acreditar muito pouco; 7,2% não acreditam nada. 18,8% acreditam muito.

A população que mais acredita na mídia é a do nordeste, com 28% considerando as notícias isentas e imparciais e 25,7% acreditando muito no que é dito.

Já no Sul, comente 19,9% consideram as notícias isentas e imparciais; e meros 10,5% acreditam muito no que é dito pelos meios de comunicação.

O curioso é que dentre os consumidores preferenciais da mídia – classes de renda mais elevadas - é maior a proporção dos que consideram as notícias em geral tendenciosas e parciais.

Não significa que não consumam as notícias – 82,9% as utilizam no cotidiano e 62% admitem que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações dos meios de comunicação.

Outros 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Os meios mais confiáveis

Quando instados a identificar os meios de comunicações mais confiáveis, 69,4% apontam a TV aberta e 7,2% a rádio.

Em seguida vem a Internet (6,5%) acima do jornal impresso (6,3%) e das revistas (0,9%).


Em relação ao meio de comunicação mais importante para buscar informações, a TV aberta continua absoluta (69,4%). Mas a Internet vem em segundo, com 15,5%, batendo o rádio (6,4%), o jornal impresso (5,6%) a TV por assinatura (2%). Revistas são consideradas por apenas 0,5% da população.


Em relação a formação de opinião sobre o governo federal, o meio mais importante para formação da opinião são os jornais da televisão (73,6%), conversas com amigos/parentes (12,9%), jornais impressos (12,7%) e Internet (10%).


Pode dar primeiro turno

Enviado por luisnassif, qua, 30/06/2010 - 08:17

Coluna Econômica

Pode dar primeiro turno nas eleições

É enorme a probabilidade de a eleição presidencial terminar no primeiro turno. É a opinião dos dois mais respeitados institutos de pesquisa de opinião do país: Vox Populi e Instituto Sensus.

Ontem o Instituto Vox Populi soltou sua pesquisa, mostrando vantagem de Dilma Rousseff de 40 a 35% para José Serra. Mas, computando os votos úteis, Dilma salta para 48%, a 2 pontos da vitória no primeiro turno.

20% ainda não se decidiram e a tendência majoritária será por Dilma. Segundo João Francisco Meira, do Vox, as tendências majoritárias nessas eleições são as seguintes:

1. As pessoas sentem que sua situação melhorou e não consideram que haja relação com o governo FHC. Ambos – Lula e FHC – garantiram a estabilidade, mas apenas Lula – segundo essa percepção – garantiu a melhora de vida.

2. As pessoas sentem que, além de sua vida ter melhorado, o governo é bom. Tanto que 80% consideram ótimo ou bom.

3. Há a convicção de que Dilma representa continuidade.

4. Além da desvantagem, o PSDB não terá tempo de TV a mais, para tentar reverter o jogo.

A esses fatores devem ser acrescentados os seguidos erros de condução da campanha do candidato José Serra.

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O erro mais notável foi a escolha de Álvaro Dias, do Paraná, para candidato a vice – provocando uma crise insanável com o DEM.

Para Ricardo Guedes, do Sensus, só há uma explicação para essa imprudência: a percepção, na campanha de Serra, de que o PSDB poderá perder o sul – fato inédito em campanhas eleitorais. A tática não seria mais a de angariar apoios – o que ocorreria com um candidato do nordeste – mas a de preservar a região.

O Sensus montou para vários clientes vários de discussão em São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Nesses grupos, as pessoas são convidadas a dar nota de 0 a 10 aos candidatos tanto no início quanto no final das discussões. Em todos os grupos se observou tendência de crescimento de Dilma e de queda de Serra.

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A explicação de Guedes é que ocorreu uma antecipação da campanha presidencial. É como se o primeiro turno tivesse terminado agora, diz ele. Nesse período houve exposição dos dois candidatos na mídia, debates, currículos e argumentos colocados, acusações, dossiês. Tudo o que poderia ocorrer no primeiro turno ocorreu agora.

Em Minas Gerais e São Paulo, a verdadeira campanha começa agora, diz ele. No Brasil, não.

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Submetidos a ataques intensos meses atrás – quando identificaram a possibilidade de vitória de Dilma, quando Serra ainda ostentava imensa maioria -, ambos os institutos saem da refrega com a reputação consolidada.

Para João Francisco, da Vox, o que diferenciou as análises foi o maior conhecimento histórico e político. Outros institutos limitavam-se a pegar números do dia e projetar, ou analisar tendências históricas sem que o Brasil tivesse conjunto de eleições suficiente para permitir extrapolações – da redemocratização para cá foram apenas quatro campanhas.

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As dúvidas, agora, são sobre a posição do DEM na sua convenção de hoje. Caso desista da coligação, o PSDB terá um horário de TV equivalente ao de um partido nanico.

A oposição esqueceu de olhar o futuro de Serra

Mudar ou continuar

Marcos Coimbra

Correio Braziliense - 30/06/2010

Já faz algum tempo, começou a se generalizar no meio político a convicção de que Dilma vai ganhar as eleições. Embora nem todos admitam, é o que pensam até as principais lideranças da oposição, assim como a quase totalidade dos formadores de opinião e da imprensa.

Para consumo externo, continuam a dizer que o processo está aberto, que nada está definido.

Mas não é o que, no íntimo, acreditam que vai acontecer.

Do lado governista, nem se fala. Não é de agora que os principais estrategistas do Planalto e do PT trabalham com o cenário de crescimento e vitória da candidata de Lula. A rigor, é nisso que apostam desde 2008, quando o presidente deixou claras duas coisas: que ele próprio não tentaria mudar as regras do jogo para disputar um terceiro mandato; e que achava que conseguiria ganhar as eleições com alguém que o representasse.

Tudo que está acontecendo na sua sucessão, até o momento, confirma seu cálculo. Ele não se baseava no que diziam as pesquisas sobre as intenções de voto do conjunto do eleitorado. Ao contrário, o raciocínio sempre foi sobre o potencial de crescimento de uma candidatura identificada com ele e com o governo, avaliados, pela grande maioria da população, como ótimos ou bons.

Nunca foi relevante considerar os resultados agregados das pesquisas (normalmente os que a imprensa divulga), pois misturavam respostas de quem sabia e quem não sabia qual era a candidatura apoiada por Lula. Enquanto não aumentasse a proporção dos que tinham essa informação, a vantagem de Serra era ilusória e não preocupava quem, no PT, sabia fazer as contas.

É de se notar que, na oposição, as pessoas pensaram de maneira oposta. A opção por Serra, em detrimento de Aécio, mostrou que ela preferia escolher em função do desempenho presente dos pré-candidatos, deixando em segundo plano seu potencial de crescimento. Serra prevaleceu pelo patamar de largada, não pela perspectiva de chegada.

Há quem defenda que é cedo para decretar que a eleição está resolvida. De fato, é preciso admitir que muita água ainda pode rolar por baixo da ponte.

Não é impossível que Dilma, sua campanha, seus apoiadores e o vasto conjunto de forças políticas mobilizadas para elegê-la cometam erros calamitosos.

É, apenas, pouco provável.

Em função da possibilidade cada vez mais concreta de que Dilma venha a ganhar (talvez já no primeiro turno), alguns setores da oposição andam à cata de novos argumentos para tentar convencer os eleitores a mudar de ideia. Um dos mais engraçados tem a ver com o conceito de alternância do poder.

Trata-se da tese de que é bom, para a democracia, que as eleições ensejem a mudança do partido ou da coalizão que está no poder, assim permitindo que ocorra uma salutar alternância de pontos de vista e de prioridades.

A continuidade seria ruim, ao impedir que novas agendas sejam discutidas e que outras políticas, mais adequadas a um novo momento, sejam formuladas.

O ápice dessa argumentação aconteceu outro dia, quando uma importante revista semanal entrevistou o candidato do PSDB e perguntou "por que é positivo" para "a democracia brasileira" experimentar "uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula".

Difícil imaginar algo mais sem sentido, a começar pelo fato da pergunta ser feita ao candidato interessado na alternância. É o mesmo que perguntar ao macaco se quer banana.

Ou alguém supõe que Serra diria que o melhor, para o país, é a continuidade? Mas o importante não é isso. A democracia não está na ideia abstrata de alternância. Para o ideal democrático, o relevante não é o conteúdo da escolha.

Tanto faz que os cidadãos prefiram continuar ou mudar. O que torna uma sociedade democrática é haver instituições que assegurem, a cada cidadão, a possibilidade real de escolher.

Se a maioria da sociedade brasileira quer a continuidade e votará em Dilma, é bom que todos se acostumem — incluindo os que querem a alternância. Em si, ela só é importante como uma possibilidade. Se não, nem seria preciso haver eleições. Bastaria trocar o governo a cada período estipulado. (O problema é que ninguém saberia como fazê-lo.)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Serra O DEMOLIDOR!

Agora vai!

FHC é chamado para reunião do DEM que discute impasse sobre vice de Serra

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi chamado nesta terça-feira para participar da reunião com o comando do DEM, que discute uma solução para o impasse em torno do nome do vice na chapa do tucano José Serra ao Planalto.

O DEM ficou insatisfeito com o papel de coadjuvante que lhe foi imposto, já que PSDB escolheu um vice tucano, o senador Álvaro Dias (PR), em detrimento de um democrata. FHC participará do encontro acompanhado do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e do candidato ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

Como FHC estava em viagem ao exterior, ele ainda está se interando da situação para a reunião, que ocorre na véspera da convenção nacional do DEM. O ex-presidente acredita numa solução para o impasse, embora ainda não tenha uma engenharia para o caso.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, FHC confidenciou a um interlocutor de sua mais absoluta confiança recentemente que tem sérias dúvidas sobre a possibilidade de Serra vencer a eleição presidencial.

Correndo contra o tempo

Hoje, o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC) disse que espera uma proposta para solucionar o problema. "Estamos correndo contra o tempo em busca de uma porta de saída."

Integrante da coordenação da campanha, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) afirmou que seu partido está aberto ao diálogo. "Todos estão buscando o objetivo maior, a preservação da campanha de Serra."

A convenção do DEM, marcada para esta quarta-feira, servirá para definir se haverá ou não coligação formal com o PSDB em torno do tucano.

Ontem, Serra afirmou que a polêmica sobre a escolha de seu vice é "normal" e que ela será resolvida nos próximos dias.

"Nós vamos ter um bom entendimento ainda. É normal em política que, em certas situações, apareçam algumas dificuldades", afirmou.

Serra disse que não haverá problema na sua aliança. "Vamos ter uma boa solução."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Serra, o homem errado na situação errada

Por Jorge Furtado
Do Terra

Cena política deixa Serra sem lugar de novo, diz pesquisador

JULIANA DAL PIVA

O homem errado na situação errada. É assim que o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário de Pesquisa e Pós-graduação do Rio de Janeiro (Iupperj), ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), analisa o desafio enfrentado pelo candidato do PSDB, José Serra, na corrida pela presidência da República. "O jogo político colocou-o fora de lugar duas vezes. Esse é o principal problema dos tucanos", analisou Figueiredo.

De acordo com ele, em 2002, a população queria uma mudança, tanto que o tucano embalou sua campanha com o jingle "A mudança é azul". Mas como foi ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava ligado demais a um governo com pouco apoio da população - em pesquisa do Datafolha, em outubro de 2002, apenas 26% dos entrevistados consideravam o governo de FHC "ótimo ou bom" e 32% o consideravam "ruim ou péssimo".

Dunga & Serra - O que os aproxima


Johannesburgo – O que há em comum entre a seleção de Dunga e a oposição ao governo Lula reunida em torno da candidatura a presidente de José Serra?

Respondeu que ambas estão destinadas à derrota? Errou.

Um dos encantos do futebol é que nem sempre vence o melhor time. Por mais que jogue bem, pode perder. Na política, vence quem joga melhor.

Vamos aos pontos em comum. Dunga não faz a menor questão de parecer simpático. Serra faz – embora nem sempre consiga. A antipatia de Serra poderá lhe roubar votos. A de Dunga estressa o time.

Foi assim no jogo Brasil x Portugal. A certa altura, Dunga disparou grosserias contra o zagueiro Lúcio, o melhor jogador brasileiro em campo. Lúcio reagiu irritado. Mais tarde, em entrevista coletiva, Dunga elogiou Lúcio.

Serra e a surra da jabulani!

Se a eleição fosse a Copa do Mundo, o placar desta semana mostraria que José Serra tomou um banho de jabulani − pelas costas e pelo meio das pernas − e viu seu time emplumado despencar do poleiro, goleado fragorosamente pela equipe da adversária Dilma Rousseff.

O placar impiedoso do último Ibope – Dilma 40, Serra 35 – é a primeira virada do PT no jogo bruto da sucessão. Menos pelas virtudes do time petista, mais pelos erros clamorosos do esquadrão tucano.

O problema maior de Serra, que ainda não tem equipe escalada e nem esquema de jogo, não é a adversária que já se fardou para a partida. O problemão de Serra nem vai entrar em campo, mas pode decidir o jogo ainda no primeiro tempo: a encrenca é Lula, o dono da bola, do time, do discurso e da candidata do PT, que surfa na aprovação pessoal de 85% da torcida brasileira.

domingo, 27 de junho de 2010

Para Onde Apontam os Números

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Saiu uma nova pesquisa nacional do Ibope, que confirma as que foram feitas recentemente pela Vox Populi e a Sensus. Os dois institutos já antecipavam o que agora indica o Ibope, talvez por utilizarem amostras mais sensíveis.

Nessa pesquisa, a vantagem de Dilma sobre Serra, ela com 40% das intenções de voto, ele com 35%, é ainda pequena, perto da margem de erro de 2 pontos percentuais, se raciocinarmos com o pior cenário para a candidata do PT (no qual ela teria 38%) e o melhor para o do PSDB (em que ele ficaria com 37%). Como essa conjugação é pouco provável, o mais certo é afirmar que ela assume a dianteira, mas sem se distanciar do adversário.

Yeda Crusius 'esquece' Serra em discurso no RS

De Clarissa Barreto, do UOL

Na convenção do PSDB que referendou a candidatura da governadora gaúcha Yeda Crusius à reeleição, o candidato tucano à presidência da república, José Serra, só esteve presente mesmo em banners espalhados pelo auditório da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

Serra, que não compareceu ao evento tucano no Rio Grande do Sul, foi esquecido até mesmo no discurso de Crusius para as centenas de militantes no evento.

Em entrevista coletiva à imprensa, no final do seu discurso, Crusius disse que não falou do correligionário paulista por esquecimento.

“Você sabe que eu, professora, preparava uma aula, perfeita, aí olhava para o olho dos alunos e não falava daquela aula. Mas no texto escrito, de 12 páginas, é claro que eu falo no Serra. É tão claro o apoio nosso para elegê-lo com uma grande diferença de votos aqui no Rio Grande do Sul que às vezes é até dispensável dizer. Mas na verdade foi um lapso. Então viva Serra! Essa coligação está com Serra”, afirmou a governadora.

Questionada sobre a ausência do candidato da chapa nacional, Crusius disse que Serra deve participar da campanha no Estado.

"A gente sabe o quanto está complicado no quadro nacional. Nós vamos ter muitas ocasiões em que o nosso Serra vai poder estar aqui, ele e os demais candidatos a governador, porque eles têm orgulho do que o governo tucano conseguiu fazer no Rio Grande do Sul. Todo o PSDB se sente orgulhoso disso.”

sábado, 26 de junho de 2010

No Twitter, Cesar Maia ironiza escolha de Álvaro Dias

De O Globo

O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) voltou a ironizar neste sábado, pelo Twitter, a escolha do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para ser vice do candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

O DEM já avisou que não abre mão da vaga e, nos bastidores, ameaçou romper a aliança nacional com o PSDB. Para Cesar, a escolha pode levar à derrota nas urnas:

"Foi lançado ontem em SP o livro: "Estratégias de Como Perder uma Eleição". Editora Labirinto", ironizou Cesar Maia, que disputará uma vaga ao Senado.

"Nenhum presidente da República eleito depois de 1945 tinha chapa de um só partido. Será agora?", questionou.

Em suas críticas, o ex-prefeito chegou a citar, como contraponto, o exemplo do PT, que terá o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), como vice de Dilma Rousseff:

"O PT sacrifica seus interesses regionais a favor da candidatura nacional. O PSDB faz exatamente..... o contrário".

E disparou:

"Aliás, o sotaque do senador Dias vai chegar muito bem ao Nordeste......argh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!".

Na véspera, Cesar Maia já dizia, no microblog, não acreditar na escolha:

"Não creio que o Paraná seja mais importante que o Brasil".

"Serra não é Dunga", escreveu ainda Cesar.

Tasso esquece de citar Serra durante discurso no Ceará

De Isabela Martin, do O Globo

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) esqueceu de citar o candidato tucano à Presidência, José Serra, ao discursar neste sábado, por 23 minutos, na convenção do partido, que lançou, em Fortaleza, a candidatura do deputado estadual Marcos Cals ao governo do estado.

Ao notar a "omissão", Tasso pegou o microfone das mãos do locutor. pediu licença e atribuiu o "esquecimento" à empolgação com a campanha local.

- Estou muito entusiasmado com essas eleições no Ceará. Parece que estou voltando a minha juventude de 25 anos atrás. Fiz uma omissão que não poderia deixar de fazer (sic) sem falar naquele que será, com o trabalho de vocês, será o futuro presidente da República, José Serra - declarou.

Depois de brincar dizendo que Serra não é "bonito" e é "careca", citou obras importantes que foram construídas no Ceará quando Serra era ministro do Planejamento e ele, governador, como o Porto do Pecém, o aeroporto de Fortaleza e o Açude Castanhão.

Depois, desafiou a candidata do PT, Dilma Rousseff, chamada por Lula de "mãe do PAC", a visitar alguma obra grande do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado.

- No Ceará, PAC quer dizer procurando alguma coisa - disse.

Aécio Neves cobra compromisso do DEM com aliança

De Eduardo Kattah, da Agência Estado

O ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), cobrou hoje do DEM o compromisso com as mudanças propostas pela aliança oposicionista.

Ao comentar a reação irritada do principal partido aliado com a escolha do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para vice na chapa encabeçada pelo candidato tucano à Presidência, José Serra, Aécio disse que o "norte" que deve ser buscado é o da unidade.

O DEM resiste à chapa puro-sangue do PSDB, afirmando que só abriria mão da indicação em favor de Aécio - que não se rendeu aos apelos e será candidato ao Senado.

"O que aproxima o DEM do PSDB é a nossa visão de País, é o nosso compromisso com os avanços, é o nosso compromisso com algumas mudanças, com um governo que privilegia a meritocracia e não o aparelhamento da máquina pública", afirmou Aécio, ao chegar para a convenção do DEM-MG.

Antes, durante a convenção do PPS-MG, o ex-governador mineiro disse que confia num entendimento que mire a unidade da oposição.

"Não tenho dúvidas de que o Democratas tem, acima das preferências pessoais por nomes, um compromisso com o País, com as mudanças, com os avanços e é isso que vai prevalecer", insistiu, afirmando que no momento de decisão é natural que surjam "algumas insatisfações".

Embora publicamente tenha procurado minimizar o impasse, Aécio manifestou a interlocutores preocupação com os rumos da campanha presidencial.

"Está confuso lá o negócio."

Roberto Freire diz que DEM desgastou a chapa de Serra

De Marcela Rocha, do Portal Terra

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse neste sábado (27), no Rio de Janeiro, que "o DEM provocou um desgaste para a chapa" do candidato tucano à Presidência da República, José Serra.

Na noite em que seu partido formalizará o apoio a Serra e à sua legenda, o PSDB, Freire ressaltou que quem se opõe a ideia de ter o senador paranaense Álvaro Dias como vice "deveria buscar ter um pouco mais de tranquilidade. Estão laborando em equivoco".

José Serra está a caminho do Rio para participar da convenção nacional do PPS, em meio à acalorada discussão sobre quem ocupará o posto de vice em sua chapa.

O presidente do DEM, Rodrigo Maia, segue reivindicando a vaga para sua legenda. No entanto, o PSDB decidiu por Álvaro Dias, para reforçar sua posição no Paraná e na Região Sul, e apresentou o nome aos partidos aliados.

Para Roberto Freire, os aliados devem buscar "o vice mais consensual possível. Dias representa o pensamento democrático. O PPS e o PTB não se opuseram a ideia".

A crise é do lado de lá

Fonte: blog do tijolaço

Eu queria pedir calma e paciência a todos os que – com justas razões éticas e morais – estão preocupados com a situação do Paraná. A crise não é lá.

A crise é na campanha de Serra. O que acontece no Paraná é o reflexo de uma pequena jogada de esperteza das duas partes : o desejo da campanha de Serra de ter um estado “fechado” – é o que ele pensa – com sua candidatura e o do senador Osmar Dias de, em lugar de enfrentar as dificuldades de uma eleição, pretender obter algo próximo de uma consagração unânime, seja a que cargo for.

Uma e outra são tolices. Porque a opinião pública, por mais que acordos partidários se realizem, irá, se estes não forem coerentes, romper a crosta dos políticos e encontrar uma maneira de se manifestar.

Isso não exime os dirigentes de meu partido de agir com vigor contra manobras que nos desviem do objetivo essencial desta eleição e, talvez, não nos livre do dever de cortar na própria carne para sermos coerentes, o que não acredito que venha a ser necessário. Ou, se for, que seja.

Mas isso não pode nos impedir de ver que está armada uma crise de enormes proporções no ninho tucano. Quando montam uma chapa nacional movidos pela única ambição de garantirem uma eleição de governo de estado, sinal que as coisas vão mal, muito mal.

Acho que não há sinal mais evidente disso que a reação do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado, ao anúncio da entrega da vice de Serra a Alvaro Dias, segundo o blog de Fernando Rodrigues, na Folha:

-“Na hora do jogo do Brasil [hoje, contra a seleção de Portugal], um assessor me disse que o Roberto Jefferson [deputado cassado do PTB] anunciou no Twitter que o vice do Serra seria o Álvaro Dias. Na mesma hora eu liguei para o Rodrigo Maia [deputado e presidente nacional do DEM]. O Rodrigo checou e me ligou de volta dizendo que o Sérgio Guerra [senador e presidente nacional do PSDB] havia dito para ele ficar calmo, que isso ainda não estava decidido. Ou seja, eles não tiveram coragem de nos comunicar a decisão”. O poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito”

E se isso não bastasse, o parágrafo final, embora prepotente, não deixa de ser cruamente real:

“Indagado se não seria prejudicado em Goiás, pois é candidato a mais um mandato de deputado, respondeu: “Eu não ganho votos apoiando o Serra. Eu transfiro votos pra ele”.

Não é preciso mais para a gente entender o que se passa do lado de lá.

Do lado de cá, ao contrário da brigalhada, nosso papel é ter serenidade e discernir fatos de boatos. Em relação a estes, ignorá-los. E, quanto ao fatos, caso se confirmem, agir. Ninguém pode ser obrigado a fazer o que não deseja. Nem os que desejam ser candidatos de um partido, nem os partidos , que não são simples objeto de conveniência de quem queira ser candidato a qualquer coisa, aliados a qualquer um.

Espero que todos compreendam o que quero dizer: não livremos os tucanos da crise transferindo-a para cá. Faremos o que tiver de ser feito. Mas não antes que seja necessário.

Serra, cheguei. E que confusão!

Fonte: Blog do Tijolaço

É inacreditável a confusão que se estabeleceu no arraial tucano com a escolha de Alvaro Dias como vice de Serra. Da reação de Ronaldo Caiado, falei mais cedo aqui. Depois, as ofensas de Roberto Jefferson ao DEM, no twitter. Agora, leio que o mesmo meio foi usado por Cesar maia para mandar a mansagem para a rede:”Foi lançado ontem em SP o livro: “Estratégias de Como Perder uma Eleição”. Editora Labirinto”. Na coluna de Ilimar Franco, em O Globo, seu filho, o deputado federal Rodrigo Maia, presidente do DEM, diz que “a eleição nos já perdemos, não podemos perder o caráter”.
Como a gente diz aqui no Rio, isso é que é “chegar mal chegado”.
Para quem está preocupado com as consequências desta confusão sobre o PDT, transcrevo a nota publicada pelo Terra, com declarações do presidente do PDT, Carlos Lupi:
” O PDT tem uma posição definida: ou é apoio a Dilma, ou é apoio a Dilma. (…)Tudo o que contrariar isso não vai ser aceito. E terá consequências”.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Estratégia petista é melhor do que a dos tucanos

Deu em O Estado de São Paulo

De Alberto Almeida

Não se pode afirmar que a queda de Serra tem sido rápida, mas é inegável que tem sido firme. É isso que mostra a série de pesquisas se adicionarmos o último resultado Ibope/CNI.

Está clara a estratégia do candidato de oposição: comparar sua biografia com a de Dilma que, crê-se, é melhor do que ela em todos os aspectos, e investir nos temas da saúde e segurança pública.

A estratégia de Dilma tem sido associá-la a Lula e seu governo e falar de tudo que foi feito para melhorar a vida e o consumo das pessoas, especialmente dos mais pobres.

Serra não confere ênfase aos pobres, Dilma fala pouco de saúde, Serra não promete nada que possa a melhorar o consumo das pessoas, Dilma fala pouco de segurança.

A evolução das pesquisas não deixa dúvidas de que a estratégia de Dilma, até este momento, é melhor do que a de Serra.

Adicionalmente, a campanha eleitoral oficiosa tem mostrado que Dilma é a candidata do governo.

Como 75% dos eleitores avaliam Lula como ótimo ou bom, na medida em que esses eleitores passam a saber da existência da candidata governista, acabam votando nela.

Em 1994 Fernando Henrique teve 60% de votos dos eleitores que consideravam o governo Itamar Franco ótimo ou bom, ou seja, 37% do eleitorado.

Se Dilma tiver 60% dos votos de quem avalia o governo Lula como ótimo ou bom ela assegura nada mais nada menos do que 45% de votos.

Somente com o ótimo e bom de Lula sua candidata fica muito perto de ganhar no primeiro turno.

O Plano Real de 2010 é o governo Lula. Em 1994 o eleitorado disse: vamos manter no governo aquele que é o portador do Plano Real.

É muito provável que em 2010 ocorra o mesmo: o eleitorado vai querer manter no governo aquela que é a portadora do governo Lula.

Não bastasse isso, as aparições públicas do Serra bem preparado têm sido piores do que as da Dilma inexperiente.

Serra fala em intervenção no Banco Central, discute com a Miriam Leitão, diz para Sabrina Sato que já nasceu preparado para os debates e trata dos temas que não importam em uma campanha presidencial.

Dilma adota a disciplina de uma boa guerrilheira. Ela segue o script e corrige eventuais erros. Falou uma vez em volta da CPMF, foi criticada e abandonou a ideia.

Já foi contra Palocci e hoje viaja a Nova York com ele a tiracolo. Defende redução de impostos nos remédios e promete tirar mais gente da pobreza e levar para a classe média.

Apesar disso tudo, Serra é mais bem preparado do que Dilma. Porém, de nada adianta essa enorme superioridade técnica se isso não for convertido em votos.

Em política, todos sabemos, o que importa é conquistar o poder. A capacidade de ouvir de Dilma e do PT parece que até agora tem sido muito mais útil para esse propósito do que a determinação e preparação técnica de Serra.

Alberto Almeida é sociólogo e autor, entre outros livros, de ‘A Cabeça do Brasileiro’

O controle da agenda eleitoral

Artigo de Murillo de Aragão

Uma das variáveis importantes para a definição da disputa entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) será o controle da agenda da eleição. Candidata de um governo muito bem avaliado, Dilma apostará na comparação de resultado das gestões de Lula com Fernando Henrique.

A peça chave da estratégia é o presidente Lula, que, com sua elevada popularidade, será o principal cabo eleitoral de sua candidata. De acordo com última pesquisa Datafolha (junho), Dilma tem potencial para chegar a 66% dos votos: 44% afirmaram que certamente votariam em um candidato apoiado por Lula e 22% disseram que podem votar. O objetivo, portanto, é colar a imagem de Lula em Dilma e vender para os eleitores a idéia de que ela representa a continuidade das conquistas da atual administração.

Como há espaço reduzido para um discurso oposicionista, a estratégia de Serra será tentar “tirar” o governo Lula do debate. O objetivo do PSDB é fazer com que se discuta quem é o mais experiente para governar o Brasil. Na avaliação dos tucanos, Serra se beneficiaria por já ter sido deputado federal, senador, prefeito e governador, enquanto Dilma disputa sua primeira eleição.

Segundo Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, uma questão muito importante nesta eleição presidencial é: qual dos candidatos (Serra ou Dilma) conseguirá convencer os eleitores de que os avanços obtidos nos últimos anos vão continuar?

Numa disputa eleitoral, o candidato que controla a agenda é aquele que consegue estabelecer um discurso de campanha que se conecte com as principais demandas do mercado eleitoral. Observando o cenário, parece claro que a agenda das eleições é uma agenda de continuísmo. Quem controlar melhor essa agenda, vencerá a disputa.

Por conta do cenário econômico favorável, com geração de empregos, elevado poder de consumo e satisfação com os programas sociais, e da associação com o presidente Lula, é mais fácil Dilma Rousseff controlar a agenda. Daí muitos acreditarem que ela tem tudo para ganhar a disputa, desde que não cometer muitos erros.

Seu adversário, José Serra, poderá conseguir o objetivo de se apropriar da agenda. Porém, sua tarefa é bem mais complicada. O candidato do PSDB tem pouca munição. Ao longo dos últimos sete anos, seu partido não conseguiu construir uma agenda clara com a qual pudesse se apropriar dos acertos do governo Lula e apontar, com precisão, seus erros e equívocos. Para tentar contornar esse problema, Serra tem dedicados suas críticas para saúde, segurança pública e impostos. Segundo última pesquisa Ibope (junho), são as áreas onde o governo apresenta as piores avaliações. Para os entrevistados do instituto, nesses quesitos a vida das pessoas piorou muito ou piorou um pouco para 34%, 38% e 33%, respectivamente.

A questão da agenda também deve preocupar muito à candidatura de Marina Silva. Sem ter grandes apelos no campo da gestão e da economia, Marina vai tentar mostrar um jeito diferente de fazer o mesmo e, ainda, inserir a agenda ambiental no debate. Talvez seja muito para tão pouco tempo de campanha.

Murillo de Aragão é cientista político

Das explicações insuficientes sobre o IBOPE

José Roberto de Toledo*
Do Estadão

Análise: Propaganda do governo neutralizou programa tucano

José Roberto de Toledo*

Na batalha da propaganda, Dilma Rousseff (PT) ganhou o primeiro round de José Serra (PSDB). A candidata petista passou à liderança isolada da corrida presidencial justamente no período em que o tucano concentrou sua propaganda na TV e no rádio. Aumenta assim a pressão para Serra mudar de estratégia e de discurso.

Enquanto PSDB e aliados colocaram Serra em evidência nos programas partidários obrigatórios, o governo federal e a Petrobrás marcaram presença nos horários de jogos e programas da Copa do Mundo, com spots otimistas sobre o Brasil. Mesmo sem mostrar Dilma, a propaganda oficial parece ter funcionado como antídoto à dos tucanos.

A ciência das pesquisas eleitorais

Fonte luisnassif, qui, 24/06/2010

Coluna Econômica

Divulgada ontem, a pesquisa CNI-IBOPE confirma uma tendência já observada em institutos mais ágeis – como os mineiros Instituto Sensus e Vox Populi: a de crescimento sistemático da candidatura Dilma Roussef. Na pesquisa de ontem, pela primeira vez, no IBOPE, Dilma aparece na frente de Serra fora da margem de erro: 40% dos votos contra 35% de Serra e 9% de Marina Silva. No segundo turno, Dilma venceria por 45% a 38%.

Uma das grandes dificuldades na análise das pesquisas – como em qualquer tema complexo – é conseguir identificar a linha principal em meio ao emaranhado de variáveis que constituem o universo.

Os mineiros Instituto Sensus e Vox Populi foram os primeiros a identificar corretamente esse fato-chave, comprovando sua superioridade analítica sobre os outros dois grandes, IBOPE e Datafolha.

Perceberam que havia uma ligação quase total do voto em Dilma Rousseff e da percepção do eleitor de que ela era a candidata de Lula. A partir dessa análise, ambos os Institutos puderam bancar desde o começo do ano o favoritismo da candidata. Mesmo quando colocados sob fogo intenso do Globo e da Folha, em nenhum momento relutaram em reafirmar sua opinião – que, agora, revela-se plenamente correta.

Aprovação do governo Lula segue em nível recorde, com 75%, diz CNI/Ibope

Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra que a aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva segue em nível recorde, com 75%. No início de junho, o instituto já apontava esse percentual de aprovação.


A avaliação negativa do governo é a menor da série histórica da pesquisa. Apenas 3% dos entrevistados dizem considerar a gestão Lula como "ruim ou péssima". Consideram o governo regular 20% dos entrevistados.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre 19 e 21 deste mês, em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Ela está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 16.292/2010.

O mesmo levantamento mostra a petista Dilma Rousseff (PT) pela primeira vez liderando a disputa à Presidência, com 40% das intenções de voto. José Serra (PSDB) tem 35% e Marina Silva (PV), 9%.

Em um eventual segundo turno, Dilma também bate Serra por 45% a 38%, de acordo com a pesquisa.

Na entrevista espontânea, quando não é apresentada lista de candidatos aos entrevistados, os votos declarados a Dilma (22%) e a Lula (9%), que não é candidato, somam 31%, praticamente o dobro do declarado a Serra, que tem 16%. Marina tem 3%.

Os dados da pesquisa apontam dados favoráveis à petista também em relação à rejeição. A de Dilma caiu de 27% para 23%. A de Serra cresceu de 25% para 30%. A de Marina permaneceu estável, oscilando de 31% para 29%.

CNI/Ibope aponta Dilma pela primeira vez na frente de Serra

Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada na tarde desta quarta-feira aponta Dilma Rousseff (PT) pela primeira vez liderando a disputa à Presidência, com 40% das intenções de voto. José Serra (PSDB) tem 35% e Marina Silva (PV), 9%.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Em um eventual segundo turno, Dilma também bate Serra por 45% a 38%, de acordo com a pesquisa.

Segundo a pesquisa, caiu de 12% para 6% os pesquisados que votam nulo ou em branco. O número dos que não responderam ou não souberam responder subiu de 8% para 10%.

Na última CNI/Ibope, em março, Serra liderava com 38% das intenções de voto, contra 33% da petista. Marina tinha 8%.

Já a última pesquisa Datafolha, de 20 e 21 de maio, apontou empate entre o tucano e a petista, com 37% das intenções de voto cada um.

Mais ou menos na mesma época, os institutos Sensus e Vox Populi divulgaram pesquisas em que Dilma aparecia ligeiramente à frente, mas dentro da margem de erro, ou seja, em empate técnico. No início de junho, o Ibope também apontou empate numérico entre Dilma e Serra (37% das intenções de voto).

Serra teve nos últimos dias grande exposição na TV, com participação majoritária no programa do seu partido, no dia 17, e nos programas nacionais do DEM (27 de maio) e do PPS (10 de junho), além das propagandas veiculadas nos intervalos comerciais das emissoras, as chamadas "inserções partidárias". Seu nome foi oficializado em convenção nacional do PSDB, em Salvador, no dia 12.

Dilma também teve aparições na TV, em inserções regionais do PT. Na semana passada, ela manteve encontro no exterior com quatro lideranças europeias, eventos que tiveram cobertura da imprensa nacional. Antes, o PT a confirmou candidata em convenção realizada em Brasília, no dia 13.

Na entrevista espontânea, quando não é apresentada lista de candidatos aos entrevistados, os votos declarados a Dilma (22%) e a Lula (9%), que não é candidato, somam 31%, praticamente o dobro do declarado a Serra, que tem 16%. Marina tem 3%.

Os dados da pesquisa apontam dados favoráveis à petista também em relação à rejeição. A de Dilma caiu de 27% para 23%. A de Serra cresceu de 25% para 30%. A de Marina permaneceu estável, oscilando de 31% para 29%.

De acordo com o Ibope, foram entrevistadas 2.002 pessoas entre 19 e 21 deste mês, em 140 municípios. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 16.292/2010.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Globo omite bastidores ao pintar Dunga como um perigo para a seleção

por Luiz Carlos Azenha


Omitindo de seus leitores a informação principal — de que existe uma disputa de bastidores em torno do acesso exclusivo da TV Globo a jogadores da seleção brasileira –, o jornal O Globo abriu uma campanha mesquinha contra o técnico da seleção brasileira, Dunga, a começar da falsa manchete de primeira página: CBF teme que Fifa puna Dunga por palavrões. O factóide foi logo descartado pela própria Fifa, embora o jornal cravasse no texto de primeira página: “As reações destemperadas de Dunga durante e após a vitória sobre a Costa do Marfim puseram a CBF de sobreaviso. A entidade espera comunicado da Fifa com repreensão ou multa ao treinador por mau comportamento. Os dirigentes lembram que o técnico da Argentina, Maradona, foi multado e suspenso por xingar jornalistas nas eliminatórias”, dizia parcialmente a chamada.

Sob ela, um texto do colunista Bruno Mazzeo, com o título “Uma TPM que não passa”. E uma outra chamada: “Psicólogos analisam o técnico brasileiro”.

No caderno de esportes, sob o título “E se o destempero entrar em campo?”, O Globo diz que “psicanalista teme que atitude exaltada do treinador seja incorporada pelos jogadores”.

Diz o texto, assinado por Fernanda Thurler: “Antes de cada partida da Copa, os primeiros a entrar em campo são os que carregam a bandeira do jogo limpo. Mas tal espírito esportivo, tão valorizado no Mundial, parece que ainda não foi incorporado pelo técnico Dunga. Depois dos destemperos do treinador durante e depois da vitória, psicanalistas avaliaram como o comportamento de Dunga fora de campo pode prejudicar o trabalho dos jogadores dentro dele. Kaká, irritadiço e expulso no final da partida, foi um dos exemplos dessa nova cara da seleção”.

Seguem-se as opiniões de quatro “especialistas”, naturalmente condenando Dunga e apoiando a “tese” do jornal.

No editorial, sob o título de “Jogo Perigoso”, o jornal diz:

“Escolhido para técnico da seleção mais pelos dotes de disciplinador do que por qualquer talento específico na condução de um time de futebol, Dunga se notabiliza por descontrole e incivilidade no relacionamento com a imprensa. Se mesmo com as vitórias Dunga anda de mal com a vida, o que poderá acontecer se o hexa não vier? E não virá caso o técnico transmita para o time todo o seu desequilíbrio emocional. A seleção precisa ser protegida de Dunga”.

Repetindo: O Globo omite de seus leitores a disputa em torno do acesso da TV Globo aos jogadores da seleção brasileira.

E pinta Dunga como uma espécie de Freddy Krueger, do qual a seleção brasileira precisa ser protegida a qualquer custo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pioneiro, Banco Palmas é exemplo em economia solidária

Comunidade dos Palmeiras, onde o banco foi fundado há 12 anos, foi transformada pelo microcrédito e tem até pousada turística

Fonte: Olívia Alonso, iG São Paulo

A comunidade dos Palmeiras, em Fortaleza, inaugurou no último mês sua primeira pousada, a Palma Tur. O estabelecimento, mais do que uma simples pousada, simboliza o desenvolvimento de uma comunidade trasnformada pelo microcrédito. No início da década de 1990, a localidade de 32 mil habitantes não passava de uma região paupérrima, com a população vivendo em barracos, sem sanealmento, escolas e eletricidade.

Hoje, os moradores produzem lá mesmo quase tudo o que consomem. Os níveis de criminalidade caíram, a renda aumentou e já há tantos interessados em conhecer o exemplo que a pousada foi necessária. Esse é o resultado dos esforços de toda uma comunidade que aprendeu a fazer a riqueza circular internamente, liderada pelo ex-seminarista Joaquim Melo.

“As pessoas vinham nos visitar e ficavam no centro de Fortaleza, o que não combinava com a nossa lógica de produção e consumo local”, conta Melo. A diária da PalmaTur custa R$ 25 e inclui café da manhã, segundo o ex-seminarista. Há 12 anos, em 1998, ele fundou o banco comunitário Palmas, cujo objetivo era de conceder microcrédito para a população local.

Na ocasião, foi criada também uma moeda social, chamada de “palmas”, que só circula entre os moradores e comerciantes locais, de forma a forçá-los a consumir o que é vendido ali e fazer a economia girar. “Fui para o Palmeiras em uma missão de padres. Chegou uma hora em que eu estava tão comprometido com as lutas do bairro, que achei que eu tinha muito mais forma de contribuir se ficasse aqui do que se me tornasse padre. Não existe só uma forma de a gente servir a Deus”, afirma.

Com um primeiro apoio de R$ 2 mil, de uma organização não governamental do Ceará, o Banco Palmas começou a emprestar dinheiro para os pobres, a exemplo do que fez em Bangladesh o banco Grameen, liderado por Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz em 2006 por seus esforços para o desenvolvimento social e econômico por meio do microcrédito.

                                      Cédulas de palma, a moeda social do Banco Palmas, Ceará 
                                                    
Em Palmeiras, antes da chegada de Joaquim Melo, a população se dizia pobre e não via meios para se desenvolver. Uma tarde, ele chamou os moradores para a rua e mostrou a eles que, na verdade, não eram pobres, mas deixavam escoar para fora da comunidade todo o dinheiro que possuiam.

“Peguei um balde furado, rolhas, bolinhas de isopor e uma caneta. Então perguntei quem era pedinte, quem era aposentado, quem era guardador de carros. Conforme me respondiam, eu escrevia os nomes nas bolinhas de isopor e colocava no balde. Depois perguntei onde compravam cada coisa que consumiam, desde a pasta de dentes, alimentos, até as roupas. A medida que me diziam – sempre locais fora da comunidade – eu retirava as rolhas e as bolinhas caiam no chão e rolavam para longe.” Foi com essa analogia que Melo conseguiu convencer as pessoas a produzir e consumir internamente, para não deixar as poupanças escaparem.

Os primeiros recuros do Palmas foram emprestados a cinco pessoas: um peixeiro, uma fabricante de sandálias, uma artesã, um comerciante de um mercadinho e uma costureira, que utilizaram os créditos para seus negócios. “Depois começamos a conseguir doações de R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil. Até 2005, caminhamos com a ajuda de fora”, conta Melo. No entanto, há cinco anos o banco começou a deslanchar, a partir de uma linha de crédito de R$ 1 milhão fechada com o Banco do Brasil.

Até 2009, cerca de R$ 5 milhões já haviam sido emprestados pelos 51 bancos comunitários brasileiros, segundo levantamento do instituto. A maior parte pelo Palmas. Além deste, todos os demais foram criados e certificados pelo Instituto Palmas, associação apoiadora dessas instituições e coordenada por Melo.

Segundo ele, os outros bancos foram fundados porque o Palmas deu certo. “Conseguimos recursos do Ministério do Trabalho e fomos fundando os outros, ele conta. “Na prática, atendemos a pessoas que não teriam chances nos bancos de varejo oficiais”, acrescenta.

Hoje, alguns já são sustentáveis, como o Banco dos Cocais, no Piauí, e Banco Bem, no Espírito Santo. “Eles mostram que, na prática, é possível fazer um novo sistema financeiro baseado na cooperação e na solidariedade”, afirma Melo.

Os créditos concedidos por esses bancos podem ser para consumo – em moedas sociais – ou para produção – geralmente em reais. Quando concedem crédito nas cédulas locais, muitos bancos não cobram juros. Em reais, é preciso que a taxa seja a mais baixa possível, segundo Melo. No caso do Palmas, o juro depende da captação e varia de 1,5% a 3% ao mês. “É a lógica de distribuição de renda, quem tem menos paga menos, quem tem mais paga mais. Essa é a lógica do banco comunitário”, afirma.

Outra característica dos bancos comunitários é transparência. Todos conseguem ver na internet o quanto cada morador tomou emprestado, e a análise de crédito é feita com base em pesquisas com quem pede o crédito e a vizinhança, conta Melo.

Recentemente, o BNDES aprovou outros R$ 3 milhões ao Instituto Palmas, segundo Melo, que estima ser necessário um investimento de R$ 60 mil para a criação de um banco comunitário no País. A meta do ex-seminarista – formado em teologia - é de chegar a dois mil bancos comunitários no Brasil. Outra conquista recente é a ajuda da organização indiana Mahiti, de Bangalore, que criará para um sofware livre para o microcrédito brasileiro. Ainda aguardado pelas instituições, outro incentivo é a possibilidade de a Casa da Moeda do Brasil imprimir suas cédulas sociais, o que contribuiria para o corte dos custos.

domingo, 20 de junho de 2010

Zé Serra e a fase "eu me amo"

Do Estado de Minas

Marcos coimbra

O PSDB na TV

No fundo, o que ele gostaria é fazer com que as pessoas olhassem Serra e vissem um Lula. Com as mesmas origens humildes, a mesma luta contra os poderosos, o mesmo carinho com os mais pobres

Quinta feira, em rede nacional, a candidatura Serra fez uma avant-première do que será sua linha básica de comunicação na televisão e no rádio. Na verdade, do que será sua campanha propriamente dita, pois todas as demais mídias, face ao poder dos meios de comunicação de massa, são quase nada.

A oportunidade foi o programa partidário do PSDB, que, como todos que o antecederam e todos que o sucederão, de partidário só teve o nome. Quem está de acordo com a tese de que esses programas se destinam à asséptica divulgação da "doutrina" dos partidos, como consta de nossa anacrônica legislação sobre o tema, herdada da ditadura militar, terá ficado incomodado. Quem acredita que cabe aos próprios partidos estabelecer o que dizer à população, respeitados os princípios constitucionais, viu com naturalidade que fosse usado com finalidade eleitoral.

A PAUTA DO DESESPERO


Vendas de caminhões crescem 90% até maio; projeções do BNDES para investimentos já ultrapassam previsões pré-crise; vendas de cimento crescem 18% no ano; 9 fábricas cimento estão sendo construídas pela Votorantim para atender as obras do PAC e do setor habitacional; 39 shoppings centers estão em construção no país; 93% das categorias pesquisadas pelo Dieese tiveram aumento real de salário no ano passado... É sob esse arcabouço que deve ser analisada a desesperada tentativa da Folha de SP de dar vida a um natimorto enredo de arapongas & dossiês para atingir a candidatura Dilma Rousseff. A Folha, como se sabe, é aquele veículo que falsificou uma ficha policial contra a então ministra Dilma Rousseff em manipulação rudimentar de cola & xerox atestada por peritos da Unicamp. A pauta de dossiês & arapongas inclui-se nessa receita de remendos grosseiros adotada por uma redação que já não pode cobrir fatos políticos relevantes sem cometer um harakiri editorial. Silenciam os jornalistas da família Frias diante da acelerada voçoroca que corrói o chão da candidatura Serra, minada por disputas terminais para escolha do vice, que DEMOS reivindicam como condição para se manter na aliança, bem como diante da sangria desatada em Minas, o 2º colégio eleitoral do país, onde florescem diferentes modalidades de voto anti-serra (Dilmasia; Pimentésio...) , sem esquecer o derretimento do demotucano no 3º colégio eleitoral,o Rio, onde o namoro de Serra com o PV virou novela de traições & rupturas. O desespero da Folha é o mesmo que inspirou o script constrangedor da propaganda eleitoral antecipada do PSDB, no horário gratuito na última 5º feira. Aspas para um trecho síntese da narrativa ‘popular adotada pelo programa: ‘...Zé Serra é um sujeito simples, de bem com a vida, de bem com seu povo...' Em seguida, numa cena de rua, o próprio Serra confirma: "Como tudo com pão'.

Gilson Caroni Filho: Sem saída, José?


Sem saída, José?

A sabedoria do senso comum já aprendeu que a pior imoralidade é condenar o povo, depois de séculos, a continuar a ser explorado, a não ter onde morar, o que comer, a viver em um estado de miséria e ignorância.

Para enfrentar a batalha por espaço político a partir das eleições de outubro, quando serão escolhidos, além do presidente, novos governadores, senadores e deputados, a direita brasileira, sem projetos ou discursos, ensaia a repetição de arrazoados desmentidos pela história recente. Não sabendo como fazer oposição a um governo que completa seu oitavo ano cercado por popularidade recorde, e sem idéia de como restabelecer o prestígio de seus mais ilustres quadros, ao tucanato restaram os factóides na imprensa e a esperança no ativismo judiciário.

sábado, 19 de junho de 2010

Dutra Denuncia cúpula do seu partido



Durante sessão na Câmara dos Deputados, o Deputado Domingos Dutra, Em greve de fome a cerca de 5 dias, diante da intervenção arbitrária da executiva nacional do PT no Maranhão, desabafa que recebeu solidariedade de muitos mas que ficou estarrecido pois não recebeu apoio justamente dos parlamentares de seu próprio partido. E dispara contra o deputado José Genoíno.

E se crescêssemos a taxas chinesas?

De Mino Carta

Deu na Carta Capital
Há silêncios e silêncios. René Clair, arguto cineasta francês do pré-Segunda Guerra Mundial, proclamou na tela que o silêncio é de ouro. Nem sempre, murmuro. Recordo, por exemplo, o silêncio aterrador que se apossou da cidade vazia na tarde de um dia maligno do Campeonato Mundial de Futebol de 1982, a tarde do Sarriá. Paolo Rossi esmigalhou a esperança nativa e a cidade (falo de São Paulo) ficou muda, entre o espanto e o desespero.

A recordação me ocorre enquanto vivemos o clangor das vuvuzelas, cujo nome importamos na qualidade de aculturados, embora se trate da velha corneta. Mas há ruídos e ruídos. Confesso, com algum constrangimento, que as vuvuzelas estimulam saudades de René Clair. Longe de mim, no entanto, condenar a festa popular, muito pelo contrário, embora a preferisse sem aquele som a misturar o lamento com o ataque dos pernilongos. Incomoda-me é a patriotada dos abastados e seus aspirantes, embandeiram seus carros, mas não convidariam para jantar aqueles que enxergam agora como heróis do Brazil-zil-zil.

Já desejei que o povo brasileiro deixasse de ser tão festeiro e começo a mudar de ideia. Já fui bastante pessimista em relação ao destino do País e dou agora para andar no sentido oposto. O que me anima é a perspectiva de crescimento do Brasil. Este ano, a taxa vai ficar, no mínimo, em 6%, em meio a uma crise que abala gravemente o chamado Primeiro Mundo. E então me pergunto: que aconteceria se crescêssemos a níveis chineses nos próximos dez anos?

Não é preciso espremer as meninges para responder: se for assim, o Brasil chega, na pior das hipóteses, bem perto do modelo de país que sempre mereceu ser, não fosse uma elite feroz, voraz, arrogante, retrógrada, voltada exclusivamente para os seus próprios interesses, incapaz de entender que uma sociedade mais equilibrada, mais igualitária, garante o bem-estar de todos. Trata-se de uma ideia elementar, mas há uma porção de brasileiros conspícuos que não se habilitam a percebê-la e que ainda dispõem de muito poder. Os donos do próprio, conforme Raymundo Faoro.

Há quem diga que o Brasil não está preparado para aguentar um crescimento apressado. Teríamos de ir devagar, para evitar a ameaça da inflação, eternamente à espreita, e para avançar em termos de infraestrutura. Resta ver até que ponto tanta cautela não contribui, apenas e tão somente, para a manutenção do status quo. Ou seja, para favorecer a minoria privilegiada. Sobra, isto sim, a impressão de que, caso o País fermentasse economicamente ao sabor de taxas de 7%, 8%, 9% ao ano, teria todas as condições de adaptar-se ao galope do progresso.

Sem contar as vantagens oferecidas pelas circunstâncias e pela natureza, além de não termos de padecer uma ditadura. Em primeiro lugar, a população reduzida para tamanho espaço. Não chegamos a 200 milhões de habitantes, mal distribuídos, é fato, mas em uma superfície de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados. Há também desvantagens. Somos ainda, em prevalência, exportadores de commodities. Mesmo assim, em ritmo de desenvolvimento veloz, haveria inevitavelmente como superar este gênero de atraso em relação às nossas potencialidades.

Verdade é que o povo brasileiro ganha oportunidade de um belo futuro. A palavra povo, vale a anotação, nas nossas paragens se reveste, lamentavelmente, de um significado quase depreciativo. Foi usada demais em outros tempos por populistas e fanáticos do Apocalipse e se tornou algo assim como sinônimo de malta infecta, de miseráveis perdidos nas trevas da ignorância. Ninguém ousaria pensar desta forma em um país de democracia autêntica, onde ninguém se acautela antes de pronunciar o substantivo. Também por aqui virá o dia em que povo será a nação na sua totalidade.

Comenta um querido amigo que o problema atual, na hora de enfrentar um crescimento nunca dantes navegado, não está nas carências da infraestrutura, e sim da superestrutura. Ou, por outra, na mentalidade de quem permanece na cúspide da pirâmide e de quantos aspiram a chegar lá para repetir-lhe o egoísmo e a parvoíce. Mesmo porque o desenvolvimento impediria a realização do vaticínio do general Golbery: se não houver mudanças, acabaremos pendurados em um poste, menos eu, que estarei morto. Percebam, senhores, um progresso à la chinesa, entre outras coisas, traz educação e saúde, e elimina os postes. Quem sabe até as vuvuzelas.

PT confirma nome de vice na chapa de Roseana

De Eveline Cunha, do Portal Terra

O Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou neste sábado (19), durante reunião em um hotel de São Luís, capital do Maranhão, o nome do deputado federal Washington Luiz Oliveira para compor a chapa com Roseana Sarney (PMDB) na disputa ao governo estadual.

O nome do petista, que está há duas décadas no partido, mas começou sua militância política no PCdoB e no movimento sindical, foi uma unanimidade entre os 92 delegados que participaram da reunião neste sábado.

Washington Luiz disse estar feliz com a indicação do nome e informou que o PT não será coadjuvante na chapa.

"Nós precisamos fazer uma campanha pé no chão e fazer um governo que tenha compromisso com a classe trabalhadora, voltada para o social. Vamos lutar pelo o que é fundamental para nós, desenvolvimento com distribuição de renda", disse o deputado.

Logo após a reunião, Washington Luiz se encontrou com a sua futura companheira de chapa.

"Ela ficou feliz com a decisão e agora vamos iniciar os preparativos para a convenção e a campanha", afirmou Washington. Ele disse também que a "afinidade de ideias" levou a coligação com Roseana Sarney.

"A importância desta aliança é justa porque a governadora Roseana Sarney é uma aliada antiga do governo Lula, foi líder do governo Lula. Ela está fazendo uma ampla aliança, já sintonizou o Maranhão com o Planalto e com o nosso projeto nacional", afirma.

Será que agora sai a ponte?

Deu no santa

Prefeitura finaliza projeto e prevê obras para o início do ano que vem


BLUMENAU - Sair da Rua Bahia, atravessar o Rio Itajaí-Açu, passar por cima do Ribeirão do Testo e chegar até a BR-470. Esse é o novo percurso previsto para ser posto à disposição dos motoristas em um futuro próximo, desafogando o trânsito na região central da cidade. Se a intenção é boa, a expectativa da Secretaria de Planejamento Urbano é maior ainda: concluir todo o complexo de obras em dois anos, até o início de 2013. Meta ousada para uma discussão que já remonta a 30 anos.

Reivindicação antiga da comunidade, a ponte do Badenfurt já teve projeto e licitação em 2003. O trabalho feito, porém, ficou para trás e teve que começar do zero em 2006. Agora, com novo projeto e recursos, novamente volta à pauta da prefeitura. O secretário de Planejamento Urbano, Walfredo Balistieri, afirma que a estrutura não será “somente uma ponte”, mas um complexo com viaduto, via expressa, ciclovias e uma segunda ponte.

O projeto executivo da obra, que está na fase final, deve ser concluído até mês que vem. A intenção é montar o edital e começar a licitação para escolha da empresa responsável pela obra ainda em julho.

– O processo licitatório vai ser demorado. Teremos que avaliar o preço e a capacidade técnica da empresa para garantir que ela vai dar conta de fazer o serviço. Obras, mesmo, só em 2011 – admite.

Será necessário fazer algumas desapropriações de terra. A prefeitura afirma que já iniciou conversas com os proprietários, mas não efetuou negociações.

O complexo da Ponte do Badenfurt integra o programa Blumenau Recuperação, pelo qual o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 47,555 milhões para a cidade. A contrapartida municipal é de R$ 5,283 milhões. Do total dos recursos, R$ 32 milhões serão investidos no complexo de obras do Badenfurt. O restante será usado em outras obras, como no prolongamento da Rua Humberto de Campos, corredores de ônibus e na reurbanização da parte baixa da Beira-Rio.


PRISCILA SELL

"Protec"? O que é isso?

José Serra, afirmou neste sábado (19) , no encerramento da convenção nacional do PTB, que se eleito vai mudar o Programa Universidade para Todos (ProUni), ação criado pelo Presidente Lula que concede bolsas de estudo em universidade privadas.O ProUni, passará dar bolsas para o ensino técnico, e irá se chamar "Protec"

O Bolsa Família programa social do governo Lula, antes criticado e chamado de bolsa esmola pelos tucanos, também vai ganhar roupa nova no governo Serra.Além de Bolsa família, também vai dar bolsas de ensino técnico para pobres, e será conhecido como, Pró-técnico'.Ou seja, José Serra vai acabar com o ProUni

'"Vamos também dar bolsa para que o aluno, de determinada região, possa ir para a escola particular do ensino técnico com bolsa do governo" disse José Serra...Bom, diante de tantas mentiras, mais uma não muda nada.

A Polícia Federal será uniformizada e essa polícia deverá ser "muito numerosa" e "especialista em floresta, em fronteira". Eis, aí, uma importantíssima medida, se Serra for eleito: uniformizar a Polícia Federal!.José Serra disse ainda que é favorável à mudanças na legislação para que o governo possa atuar mais na questão. Ou seja, mudar a Constituição é com o PSDB. Para reeleger FHC o que foi que eles fizeram?.Compraram deputados que posteriormente renunciaram para não serem cassados. O Serra eleito, rasgar a Constituição torna-se um fato corriqueiro.Alguém ai lembra da frase do Serra.. O ""Brasil não tem dono""?

Sindicatos e sindicalistas não terão vez em governo do tucano. Para Serra, o sindicalismo está hoje a serviço de um partido. "Naquela época (quando ele era jovem) era outra coisa, não é como agora, com o sindicalismo atrelado ao Estado", disse Serra

E por que José Serra disse tudo isso? As imagens de Serra na convenção deverão ser destaque no programa partidário do PTB, que vai ao ar na TV no final do mês.

Só faltou o José Serra dizer que vai trazer o pão de açucar e a praia de Copacabana para a Av. Paulista...O Serra está prometendo fazer no Governo federal tudo que ele não fez no Governo de SP... Serra é biruta de aeroporto.

Se o Lula tivesse 10% de popularidade, Serra seria anti-Lula, agora candidato com programa vazio, vem com pós-Lula e ainda diz que vai dar continuidade do governo Lula...Você acredita?

Evangelho segundo Saramago

"As pessoas têm necessidade de acreditar em algo que as transcendem e que vai mais além, que é uma forma de tratar de equilibrar os desastres do mundo", e crer "em algo, que ao final fará justiça", Saramago é ateu confesso

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Zé Geraldo - MILHO AOS POMBOS

Para especialistas, ausência em debates não afeta Dilma, mas prejudica democracia

Diego Salmen
Do UOL Eleições
De São Paulo

A ausência da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, dos debates promovidos ao longo da campanha eleitoral não deve prejudicar sua imagem junto à maioria do eleitorado, avaliam especialistas ouvidos pelo UOL Eleições. "A Dilma tem grandes possibilidades de vitória, e tem que fazer uma campanha sem grandes riscos. Ela ser indicada pelo presidente Lula é um fator fortíssimo para a candidatura dela", diz Rubens Figueiredo, cientista político e diretor do Cepac (Centro de Pesquisas e Analises de Comunicação). "Do ponto de vista democrático, é péssimo ela não ir; agora, do ponto de vista da estratégia eleitoral, faz todo sentido", afirma.

10 questões garimpadas nos cruzamentos da pesquisa

1) Para quem vão os 12% de eleitores que declaram espontaneamente intenção de votar em Lula?
Ao contrário do que os petistas poderiam supor, apenas 48% optam por Dilma Rousseff (PT) quando são confrontados com a lista de candidatos. E surpreendentes 29% preferem José Serra (PSDB). Outros 10% vão para Marina Silva (PV).
2) Como se dividiriam os 9% de eleitores de Marina Silva (PV) em um 2º turno entre Serra e Dilma?
Hoje, Dilma ficaria com uma parcela ligeiramente maior: 40%, contra 32% de Serra. Mas 21% votariam em branco ou anulariam seu voto.

Pesquisa Sensus em MG: Dilma 37,3% x 32,1% Serra

Pesquisa do Instituto Sensus, restrita a Minas Gerais, realizada nos dias 10 e 11 de junho, aponta Dilma com 5 pontos de vantagem entre os mineiros:

Dilma Rousseff (PT): 37,3% de intenção de votos
José Serra (PSDB): 32,1%
Marina Silva (PV): 7,3%

Estes resultados são da abordagem estimulada (escolha de um nome em uma lista apresentada).

Na espontânea, quando o entrevistado apenas responde em quem deseja votar, sem apresentação de uma lista de nomes, os resultados foram:

Dilma: 24,3%
Serra: 18%
Marina: 4%

Na simulação do 2º turno, Serra caiu 2,3% de 44% em maio para 41,7% em junho. Dilma subiu 1% de 39,5% em maior para 40,5 em junho, chegando ao empate técnico, por hora.

Governador:

Na estimulada:
Hélio Costa (PMDB): 49,5 (tinha 35,3 em maio)
Anastásia (PSDB): 20,7 (tinha 22,7 em Maio)

Na espontânea:
Helio Costa (PMDB): 21,1%
Anastasia (PSDB): 12,2%

Na simulação do 2º turno, Hélio Costa tem 57,3% e Antonio Anastásia 17,6.

A pesquisa ouviu 1.500 eleitores em 53 municípios do Estado. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos. Está registrada no TSE sob o nº 14.772/2010, e foi encomendada pelo PR (Partido da República).

O PSDB/DEM, querem acabar com cotas, mas pesquisa comprova a eficiência das cotas

Uma pesquisa que analisou o sistema de cotas antes e depois de ser implantando, no segundo semestre de 2004 na Universidade de Brasília, mostrou que comparado a outras políticas de acesso do negro ao ensino superior — que levam em consideração a renda familiar ou o histórico escolar — é o mais eficiente para promover a diversificação de raças dentro da universidade. O acesso à universidade representou também um incentivo à identidade racial, fazendo com que os candidatos e alunos assumam a identidade étnica com mais naturalidade. O estudo revelou ainda que, em relação ao desempenho escolar, a diferença nas notas dos cotistas e não cotistas é menor do que a verificada entre mulheres e homens.

A maturação do Brasil

Do Blog da Cidadania


Ao fim do processo eleitoral deste ano, a sociedade brasileira terá se dado conta de um fato que, às vezes, tenho a impressão de que ninguém mais enxerga. Mesmo aqueles que reconhecem os avanços impressionantes logrados pelo Brasil nos últimos anos dão a impressão de que não confiam em tais avanços.

Talvez o principal avanço deste país tenha sido o de que ele se tornou muito maior do que os seus interesses individuais ou sectários. Com efeito, um país só é bom quando se dilui o poder de poucos de transformar os próprios desejos em imposição aos demais, e é isso o que está acontecendo por aqui.

O país amadurece quando ninguém tem força para transformar o que quiser em fato consumado e os meios de falar sem que nenhuma outra voz se oponha. Ficou no passado o tempo em que no Judiciário ou no Legislativo ou no Executivo ocorriam manipulações de decisões que todos tinham que aceitar na marra.

Contudo, este país já tem, sim, instituições mais sólidas. O equilíbrio no Poder Judiciário, por exemplo, começou com o fim da “Engavetadoria geral da República” que havia quando o Brasil era governado pelo PSDB.

Lembremo-nos de Geraldo Brindeiro, por exemplo:

Quando assumiu a chefia do Ministério Público Federal, em junho de 2003, o procurador Cláudio Fonteles encontrou gavetas abarrotadas de inquéritos. Sucedia a Geraldo Brindeiro, procurador-geral que se manteve no cargo durante todo o governo Fernando Henrique Cardoso e que ganhou o incômodo apelido de ‘engavetador-geral’ da República pelo hábito de dar fim a investigações contra autoridades do governo federal.

Como se sabe, o procurador-geral da República é o único membro do Ministério Público com poderes para investigar até o presidente da República, só que este é que tem a prerrogativa de escolher quem ocupará o cargo.

Lula agiu diferente do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, ao nomear três diferentes procuradores-gerais da República durante seus dois mandatos. E, à diferença de quem o antecedeu, o atual presidente escolheu sempre o procurador que figurava no topo da lista tríplice que o Ministério Público Federal apresenta aos presidentes, enquanto que FHC recusou-se a substituir alguém em posto considerado chave em qualquer governo.

Se não fosse o fato de o atual presidente ter escolhido procuradores-gerais da República sérios e comprometidos com o interesse público, não teria havido denúncia do mensalão ao Supremo Tribunal Federal, só para se ter uma idéia da coragem de Lula em influir para o fortalecimento das instituições. E essa é a maior obra deste governo.

A subprocuradora-geral eleitoral, doutora Sandra Cureau, que tanto tem contrariado este governo, age sob o apoio do doutor Roberto Gurgel, atual procurador-geral da República e escolhido por ninguém mais, ninguém menos do que pelo presidente da República Federativa do Brasil, senhor Luiz Inácio Lula da Silva.

Por outro lado, depois de uma era em que a Presidência da República indicava para o Supremo Tribunal Federal juízes que se mostravam completamente partidarizados, como, por exemplo, Gilmar Mendes, o atual presidente indicou uma geração de juízes inatacáveis no aspecto partidarismo.

Saberá o leitor o que significa tudo isso que acabo de escrever? Significa o fortalecimento das instituições. É possível acreditar muito mais no Poder Judiciário hoje do que há sete anos. Em junho de 2003, o presidente Lula nomeava sucessor de Geraldo Brindeiro alguém da estatura moral de um Cláudio Fonteles.

Por isso, hoje, quem acha que consegue moldar o Brasil à sua vontade, como pensa a mídia, está redondamente enganado. Quem, como a oposição a Lula, achou que poderia colocar um José Roberto Arruda no governo do Distrito Federal sem que nada acontecesse, quebrou a cara. Porque, hoje, as instituições, neste país, são muito diferentes.

O Brasil cresceu acima de interesses de grupos sociais e econômicos historicamente hegemônicos e eles não se deram conta. Não enxergam que este país se tornou importante demais para ser gerido como uma fazenda, como foi no tempo em que a direita tucano-pefelê-midiática mandava e desmandava.