José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva começaram no último fim de semana, de forma oficial, as campanhas presidenciais. Dilma e Serra aparecem empatados nas últimas pesquisas divulgadas e Marina em terceiro, bem mais atrás. Mas é inegável que a campanha de Dilma começa muito mais arrumada do que a de Serra.
Dilma participou das convenções nacionais de PT, PDT e PMDB e já tem a chapa definida, com Michel Temer na vice. Serra fez a convenção do PSDB e ainda não tem a menor idéia sobre quem será seu candidato a vice. Caciques tucanos tentam encontrar um quadro dentro do partido, mas o DEM já avisou que quer a vaga para um integrante do democratas.
Nas bases partidárias, o problema é bem maior. São muitos os prefeitos tucanos e demistas em todo o país que, a despeito de apoiarem candidatos de seus partidos para os governos estaduais ou ao Senado, declaram abertamente que estarão com Dilma, por reconhecerem que o tratamento dado aos municípios durante o governo do Presidente Lula, é muitíssimo melhor do que o que ocorreu no período FHC.
A grande midia pende obviamente para Serra. Os grandes jornais, as grandes rádios e mesmo TVs. Lula começou seu discurso na convenção do PT falando nisso. "A midia nos bate muito, isso é normal, faz parte da democracia. Mas quando se trata de eleições, a midia tem que ser imparcial ou, no mínimo, declarar quem é seu candidato", discursou o presidente.
Mas esse engajamento militante dos jornalões e de outros veículos em favor de Serra, não parece suficiente para alavancar a candidatura do tucano. Em pouco mais de um ano, Dilma saiu de 3%, 4% nas pesquisas para empatar com Serra, que parece acorrentado nos 38%. A conferir o que dirão as próximas pesquisas, mas a perspectiva é Dilma aparecer à frente de Serra, sinalizando para vitória no primeiro truno.
Claro que Marina pode crescer. Ela fez um bom discurso na convenção do PV, pode atrair mais apoios. O problema é que pode crescer tirando pontos de Serra, o que deixará os tucanos com os nervos ainda mais em frangalhos.
Mas o grande diferencial entre as campanhas é o clima interno nas coligações. Enquanto Dilma enfrenta problemas e vai resolvendo, Serra está acumulando querelas, como essa questão do candidato a vice, a falta de um discurso forte para se contrapor ao governo e visível má vontade por parte dos candidatos regionais, especialmente nos estados onde Lula tem altíssima popularidade. Por temerem perder votos com a associação a José Serra, tentam caminhar sozinhos, ameaçando levar a candidatura presidencial dos tucanos a um isolamento muito grande.
Dilma conta com Lula. E o presidente tem deixado claro que não ficará como mero expectador durante a campanha eleitoral. Como ele mesmo disse na convenção "o bicho vai pegar". Serra já deve ter percebido que o caminho para bater Dilma nas urnas será árduo. Ainda mais que o presidente, o mais bem avaliado dos últimos cinquenta anos dá mostras de que vai para o enfrentamento contra a oposição que o atormentou sem tréguas durante esses quase oito anos de governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário