O jornal demo-tucano Folha de São Paulo, publica notícia, chamando "na chincha" o candidato a governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP).
Segundo o jornal, a cúpula da campanha de José Serra (PSDB/SP) está cobrando empenho do ex-governador na defesa da candidatura presidencial.
Os passos de Alckmin estão sendo monitorados pelos serristas da Folha.
Chegaram a fazer um levantamento no mês de maio: Alckmin visitou apenas 9 cidades e participou apenas de 8 eventos públicos. O oponente, Aloizio Mercadante (PT), percorreu 21 municípios e participou de 19 reuniões públicas.
Alckmin tem dado poucas entrevistas, e não tem produzido pautas pró-Serra, enquanto Mercadante marcou presença na mídia regional, visitando jornais e emissoras de rádio falando das realizações do governo Lula, e da ex-ministra Dilma Rousseff.
Durante o "recolhimento" de Alckmin, a diferença no Datafolha, entre Serra e Dilma na região Sudeste caiu de 17 para 9 pontos percentuais. Mas... a Folha se esquiva de explicar se a culpa é de Alckmin, ou se a pesquisa anterior dela é que estava inflando Serra.
Segundo a Folha, nos bastidores, Serra tem se queixado de Alckmin, a quem tinha como um poderoso cabo eleitoral, sobretudo no interior paulista.
No Estado de São Paulo, em pesquisa do Datafolha, Alckmin apareceu com 51%, enquanto Serra, no mesmo estado, está com 10 pontos menos (41%). Alckmin disputa com rivais paulistas. Serra não disputa a eleição presidencial com nenhum outro candidato paulista de peso. Por isso, em vez de estar abaixo de Alckmin, em tese, deveria estar acima, aproveitando-se do voto bairrista, e de ser mais conhecido.
Os demo-tucnos alckmistas dão como desculpa a lei eleitoral, que só permite se declarar candidato após as convenções, e um suposto período de "imersão" para traçar um diagnóstico preciso dos setores nevrálgicos do governo, fazendo encontros com secretários do Palácio dos Bandeirantes.
Mas a realidade é bem outra. Alckmin está fazendo o mesmo que Serra fez com ele em 2006. Naquele ano, Serra cuidou apenas da própria campanha, deixando a campanha presidencial de Alckmin em segundo plano. Agora há numa exata inversão de papéis. Mas não é simplesmente por vingança (apesar de também saciar este lado), é por cálculo político.
Alckmin está confortável nas pesquisas, ainda bem na frente. Nestas circunstâncias, para qualquer candidato interessa esfriar a campanha, para administrar a vantagem, e não correr riscos. Candidatos costumam até a faltar em debates quando estão assim. Qualquer embate, qualquer polêmica, projeta o adversário, dando visibilidade à ele, e polarizando a campanha.
Alckmin está fazendo como Serra fazia no ano passado e até no início deste ano. Uma campanha subliminar "light", usando a máquina do governo do estado e a mídia, evitando envolver-se em polêmicas, acreditando que conseguiria administrar a vantagem, mantendo-se à frente na preferência dos eleitores até as eleições.
A verdade é que, tirando os serristas de carteirinha, a maioria dos demo-tucanos paulistas, são pragmáticos e apoiam a estratégia de Alckmin. Eles tem mais medo de perder a máquina do governo do estado, do que disposição para apostar tudo ou nada numa eleição presidencial de Serra.
Sem a máquina federal, eles já estão acostumados há 8 anos. Sem a máquina estadual, ficariam todos "no sereno", como diz a expressão popular.
Resta saber até quando uma campanha de Alckmin na retranca, com Mercadante no ataque, vai funcionar. Para Serra a estratégia de retranca acabou em maio. Para Alckmin vamos ver até quando isso vai.
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