Do Blog de José Roberto de Toledo
Lá e cá surgem especulações sobre a possibilidade de haver segundo turno nesta eleição, como houve em 2006.
Tudo se baseia na semelhança da fotografia da eleição tirada no começo de setembro nos dois anos. E na comparação do escândalo dos aloprados (2006) com as violações de sigilo fiscais de tucanos (2010).
Essas são as semelhanças.
Mas há algumas diferenças importantes: o ritmo de crescimento da economia e o percentual de aprovação do governo, para ficar apenas no pano de fundo.
Também as curvas de intenção de voto descritas pelos candidatos a presidente há quatro anos e agora são distintas. Abaixo, uma comparação das pesquisas presidenciais do Ibope em 2006 e em 2010.
A trajetória de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006 mostra uma recuperação do tucano assim que a propaganda eleitoral começou na TV e no rádio.
Sua curva foi se inclinando e chegando mais perto da de Lula à medida que a eleição se aproximava. O movimento começou bem antes de o escândalo dos aloprados vir à tona. Acabou por haver segundo turno.
A curva de José Serra (PSDB) em 2010 é descendente. A queda se acentuou após o início da propaganda eleitoral na TV e no rádio. Por esta data, as curvas dos dois tucanos parecem se encontrar, mas com vetores distintos.
Levando-se em conta o ritmo de recuperação de Alckmin em 2006, Serra precisaria reagir rapidamente nas pesquisas para conseguir levar a eleição para o segundo turno.
Dilma Rousseff (PT) em 2010 tem uma trajetória eleitoral mais dramática do que Lula em 2006.
Sua ascensão recente foi mais rápida e atingiu um patamar ligeiramente superior ao do seu padrinho político.
Em votos válidos, sua margem é um pouco mais confortável para uma vitória no primeiro turno do que era a de Lula em 2006. Mas ainda não se pode avaliar se haverá estrago em sua imagem pelo caso das violações dos sigilos fiscais.
Será interessante acompanhar a evolução das curvas de Dilma e Serra nas próximas duas semanas e compará-las com as de Lula e Alckmin.
O que o gráfico mostra é que a repetição do cenário de 2006 depende mais de um esforço de reversão de tendência por parte de Serra do que de um tropeço de Dilma.
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