De Merval Pereira:
O empate entre os dois candidatos à Presidência da República dos partidos que polarizam a política nacional nos últimos 20 anos — José Serra pelo PSDB e Dilma Rousseff pelo PT — demonstra que as estratégias de ambos para este início de campanha estão corretas. Serra adiou o quanto pôde seu lançamento, adiando assim o confronto direto com um governo bem avaliado.
E Lula antecipou o quanto pôde o debate eleitoral, fugindo a todas as regras tradicionais da política, para ter tempo de incutir no eleitorado o nome de sua candidata.
A polarização da eleição serve aos interesses de Lula, que sempre quis uma disputa plebiscitária, por considerar que tem mais o que vender ao eleitorado do que o rival PSDB.
Serra também queria o plebiscito, mas não sobre o governo Lula em contraposição ao de FHC, mas entre ele e Dilma.
Considera que tem uma vida política mais experiente e bem-sucedida do que sua adversária e espera vencer na guerra do currículo, político e administrativo.
É certo que não esperava que o presidente Lula transferisse com tamanha intensidade sua popularidade para a candidata oficial, enquanto Lula joga todo o seu empenho na aposta de que o eleitorado votará em Dilma confiando em sua escolha.
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