quarta-feira, 26 de maio de 2010

Penas voam e tucanos ficam descontrolados

Após uma hora e meia de reunião, o comando da campanha presidencial do PSDB revelou ontem um diagnóstico pouco animador sobre o que pode ser o desempenho do tucano José Serra na disputa sucessória.É o que conta o jornal de extrema direita aliado do PSDB, O Globo na edição desta terça-feira, com a manchete; Tucanos já não esperam recuperar larga vantagem.

O PSDB quer usar as inserções estaduais do partido no rádio e na TV para ajudar o candidato à Presidência José Serra. O objetivo é dar uma "superexposição midiática" a Serra, que também será a estrela do programa do DEM que irá ao ar nesta quinta-feira e servirá para atacar o governo Lula.A ordem é detonar Lula na TV. O PSDB espera com isso, conquistar votos e levar Serra a liderança de intenção de votos.

Embora paralelo ao discurso de que acreditam na vitória, os tucanos já falam em “ganhar sem muita vantagem”, pois uma das análises é a de que, dificilmente, deverão recuperar a larga diferença que já tiveram da principal adversária, Dilma Rousseff (PT), hoje empatada com Serra, com 37% cada, segundo o último Datafolha. Na pesquisa de dezembro de 2009, a diferença era de 16 pontos.

Ao mesmo tempo em que associa a performance da Dilma à exposição dela na TV, o grupo de Serra admite que também aguarda a presença do tucano nas inserções que começam dia 15 de junho, e também no programa partidário, do dia 17, para alavancar sua candidatura. Ainda assim, o clima é de cautela: — O mês de maio foi da Dilma, e o mês de junho será o nosso.

E vamos chegar na campanha com posição favorável, mas não com uma grande vantagem.

Será uma eleição duríssima, mas nossa campanha estará dentro da legalidade — disse o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, que capitaneou o encontro com integrantes da direção da campanha, na sede do PSDB paulistano.

Ações para tentar mobilizar a militância Embora a pauta oficial da reunião girasse em torno da convenção de 12 de junho, quando será homologado o nome de Serra, os integrantes do partido não esconderam a preocupação com o avanço de Dilma na pesquisa.

Para o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA), o partido deve apostar suas fichas na exposição de Serra na TV. E ele também prevê uma disputa acirrada pela frente.

Não temos a expectativa de que estaremos dez pontos na frente de novo. Mas a hora é de fazer uma mobilização capaz de unificar o discurso em cada estado — disse ele, que será o cicerone de Serra em Salvador.

A partir desta semana, o comando do partido também vai reforçar eventos com a "militância" em todo o país, e sempre que possível, com a presença de Serra. Para isso, uma nova preocupação surgiu no quartel-general tucano: a formalização da agenda.

Estamos fazendo de tudo para tentar organizar a agenda de uma forma que ela seja divulgada a tempo, mas sempre ficamos dependendo do aval do candidato — disse a senadora Marisa Serrano (MS), que até a noite de ontem só dava como certos, para esta semana, dois eventos com a presença do candidato: o debate da CNI, hoje, e o lançamento da campanha de Jarbas Vasconcellos, em Recife, na sexta-feira.

Na reunião tropa tucana, defendeu que "ganha eleição quem tem defensores", citando sua derrota nas eleições de 2006 em municípios em que o PSDB não atuou.

Em seguida, Xico Graziano discursou: "Este país está sem planejamento. O Brasil cresceu por uma conjuntura internacional. Vamos enfrentar essa gente mentirosa".

O publicitário Luiz González, que cuidará das campanhas de Alckmin e Serra,também teve seu dia de estrela no discurso tucano: defendeu a análise de biografias para convencer o eleitor votar em José Serra e Geraldo Alckmin...

O marqueteiro disse; "Não devemos ter medo de comparar Serra e Alckmin com Dilma e Mercadante. O que fizeram, quantas salas de aula construíram, quantos postos de saúde?...Mas a ordem é, nunca comparar Lula com Fernando Henrique. Se possivel, esquecer FHC durante a eleição"

Uma luz brilhou no tucanato.

O cientista político Alberto Carlos Almeida, convidado na reunião, deu o exemplo da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em que o prefeito José Camilo Zito dos Santos (PSDB), bem avaliado, não conseguiu fazer seu sucessor, o candidato Laury Villar, em 2004.Logo, ele acha que Lula também não elegerá Dilma. Fim da reunião, todos feliz pela luz acesa pelo "cientista político"

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